
No anúncio do cancelamento do baile funk que aconteceria na favela da Palmeirinha, em Duque de Caxias, no último sábado, as atrações do evento aparecem com máscaras. Sobre a propaganda, aparece a palavra "cancelado". A favela é dominada pela maior facção do tráfico de drogas do estado.
No Complexo do Chapadão, na Zona Norte, ocupado pela mesma quadrilha, o tráfico suspendeu os bailes por tempo indeterminado: "A diretoria resolveu suspender a realização dos nossos bailes pelo motivo que todos já sabem, essa praga desse vírus vem se espalhando pela cidade e essa parada é muito séria. Enquanto não tivermos tranquilidade, o baile estará suspenso", diz o aviso publicado nas redes sociais.

Bailes também foram cancelados no Morro da Mineira, no Centro do Rio, na favela Furquim Mendes e na Vila do João, na Zona Norte, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, e no B13, em Caxias.
Já na Vila Aliança, na Zona Oeste, traficantes estão ameaçando comerciantes que aumentaram preços de produtos que estão em falta na favela. "Não aceitaremos preços abusivos em nossa comunidade. Vocês sempre dependeram dos nossos moradores. Hoje, eles dependem de vocês", diz um aviso que circulou pelas redes sociais com a assinatura "gestão inteligente".

Na Cidade de Deus, na Zona Oeste, primeira comunidade do Rio a ter um caso confirmado, os traficantes circularam pela favela com um alto-falante na última segunda-feira. "Venho aqui a pedido da diretoria das áreas 15, 13, AP e Karatê. Iremos fazer toque de recolher porque ninguém está levando a sério. Quem estiver na rua de sacanagem ou batendo perna vai receber um corretivo e vai ficar de exemplo. É melhor ficar em casa de molho. O recado já foi dado", dizia o recado gravado.
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