Mourão diz que Bolsonaro 'vai tomar pau' recriando ou não auxílio emergencial

 

Em uma linha semelhante à adotada no dia anterior pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) criticou nesta sexta-feira (12) a reação do mercado financeiro à previsão de recriação do auxílio emergencial.

"Minha gente, a gente não pode ser escravo do mercado", disse Mourão ao chegar à Vice-Presidência.

"O presidente é obrigado a decidir para alguma forma de auxiliar essa gente. Vamos lembrar, né, se ele disser que não vai auxiliar, ele vai tomar pau. Se ele diz que vai auxiliar, ele vai tomar pau também. Então, é uma situação difícil e julgo que ele vai buscar a melhor solução", afirmou o vice-presidente.

Na quinta-feira (11), em sua live semanal, Bolsonaro disse que o mercado "fica irritadinho" com "qualquer negocinho". Bolsonaro ainda questionou se "sabem o que é passar fome" ao defender a volta do benefício.

"O pessoal do mercado, qualquer coisa que se fala aqui, vocês ficam aí irritadinhos na ponta da linha, né. Sobe dólar, cai a Bolsa. Pessoal, se o Brasil aí não tiver um rumo, todo o mundo vai perder. Vocês também, pô", disse Bolsonaro.

"Então vamos deixar de ser irritadinho que não vai levar a lugar nenhum. A gente está buscando soluções. Uma das maneiras de nós diminuirmos aqui o preço do combustível é se o dólar cair aqui dentro, mas qualquer negocinho, qualquer boato na imprensa, tá aí esse mercado nosso, irritadinho, né. Aí sobe o dólar. Todo mundo perde com isso, pessoal", prosseguiu o presidente.

Bolsonaro disse na transmissão de quinta que o mercado não pode ficar se comportando da forma atual para sinalizar ao governo que não concorda com a prorrogação do auxílio.

"Pessoal, vocês sabem o que é passar fome?", indagou Bolsonaro.

Nesta sexta, Mourão disse que o Brasil ainda levará de três a quatro meses para ter uma produção de vacina capaz de dar início a um processo de vacinação consistente.

"Estão buscando uma solução. Em linhas gerais, ou você faz um crédito extraordinário, aí seria o tal do Orçamento de Guerra, ou corta dentro do nosso Orçamento para atender as necessidades. Não tem outra linha de ação fora."

​Mourão também foi questionado sobre a ideia de Bolsonaro de, nesta sexta, encaminhar ao Congresso um projeto que estabelece que o ICMS sobre combustíveis, imposto estadual, será cobrado nas refinarias ou terá um valor fixo nos estados. Em sua live, o presidente disse que aguardava apenas um parecer do Ministério da Economia.

"Vai ter que ser decidido dentro do Congresso. É lei, vai ser decidido lá dentro, mexe com o interesse dos estados. O presidente está buscando uma solução para o preço dos combustíveis, que todo mundo que enche o tanque do carro sabe que está um pouquinho salgado", afirmou.

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