Samu de Salvador registra mais de 10 mil trotes em período de quatro meses: 'Não tem nada mais frustrante'

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Por Célio Roberto
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 Samu é ampliado com mais dez ambulâncias em Salvador

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador registrou 10.354 chamadas falsas à central de atendimento, entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano. O recorde ocorreu no mês de novembro, quando 3.455 trotes foram feitos à central.

Em fevereiro deste ano, o Samu recebeu mais de 25.300 chamados, sendo 2.151 trotes. O número aponta que quase 8% de todas as ligações que o serviço recebeu foram trotes.

Essas chamadas feitas como “brincadeira” ocupam a linha em um telefonema que pode ser feito para alguma urgência e salvar uma vida. Em uma chamada, até seis funcionários são envolvidos. E, em caso de extrema urgência, a equipe médica é acionada antes mesmo de finalizar a triagem.

A central do Samu na capital baiana atende a cerca de 1.500 chamadas por dia, já aumentadas por causa da pandemia. O coordenador do Samu, Ivan Paiva, lamenta a ocorrência de trotes, principalmente no período de pandemia, onde os médicos estão trabalhando no limite físico e mental.

“É necessário que as pessoas entendam o que é a missão do nosso serviço, principalmente nesse momento de pandemia, onde nossos médicos estão exaustos, trabalhando 24 horas por dia na tentativa de salvar a vida das pessoas. Não tem nada mais frustrante do que você sair para um atendimento, achando que está salvando uma vida, e ver que se trata de uma brincadeira”, disse.

Esse tipo de "brincadeira" constitui crime de atentado contra o serviço público e pode resultar em pena de até cinco anos de prisão. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) possui uma relação com os 100 números de telefone que mais são utilizados para passar trotes para a unidade do Samu em Salvador.

Para dispensar ligações indevidas, o Samu está trabalhando com ferramentas que possam identificar os trotes e desprezar chamados irregulares, otimizando o atendimento para o que é necessário.

“Nós já estamos no processo do desenvolvimento de ferramentas que possam assinar suspeição de ser um trote e pedir que [a pessoa] ative a câmera para que a gente visualize em que situação a pessoa se encontra, o cenário que ele está. E isso vai qualificar o trabalho do nosso médico, tentando trazer dados mais fidedignos principalmente nessas situações onde há suspeição que seja um trote”, falou Ivan Paiva. 

G1

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