Sem lockdown, Brasil pode se tornar "fábrica" de variantes superpotentes mesmo com vacinação

 

Sem lockdown, Brasil pode se tornar "fábrica" de variantes superpotentes mesmo com vacinação
Crédito da Foto: divulgação/Secom Rio de Janeiro

Mesmo que a vacinação avance, o Brasil precisa fazer alguma medida de restrição como o lockdown, segundo pesquisadores da universidade Imperial College London e da Universidade de Leicester. Os cientistas afirmam que, caso o vírus continue circulando livremente, o país pode se tornar uma "fábrica" de novas variantes, cada vez mais propensas a sobreviver as vacinas. 

Para os pesquisadores, ouvidos pela BBC News Brasil, lockdowns e outras medidas de contenção são particularmente necessários durante a vacinação de uma população, pois o contato entre vacinados e variantes propicia o aparecimento de mutações "superpotentes", capazes de driblar totalmente a ação do imunizante.

E, no Brasil, há uma combinação explosiva para que isso ocorra: vacinação ainda em ritmo lento, a variante descoberta em Manaus, que já é mais letal, e altas taxas de infecção. Segundo  virologista Julian Tang, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, quando a nova cepa entra na célula humana e se deparar com uma quantidade ainda pequena de anticorpos da vacina, a variante, ao se replicar, pode promover mutações mas resistentes a esses anticorpos.

"Se há uma replicação descontrolada do vírus, ou seja, transmissão num ambiente sem regras de distanciamento social, lockdown e uso de máscaras, as pessoas suscetíveis vão se misturar com as vacinadas. Sem barreiras, o vírus pode se transmitir de uma população para outra, potencialmente gerando variantes que escapam à vacina", disse Tang à BBC News Bras

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