Delegado de Brejo da Madre de Deus morre após ser atingido por disparos de arma de fogo

REPRODUÇÃO/TV JORNAL

O delegado Flávio Anderson Liberato Alves do Nascimento, de 32 anos, titular da Delegacia de Brejo da Madre de Deus, no Agreste do Estado, foi assassinado a tiros neste sábado (17). O policial chegou a ser levado para a Unidade Mista Ana Argemira Correia, em Jataúba, cidade situada na mesma região, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local. As informações são da TV Jornal Caruaru.

Segundo o secretário de Saúde de Jataúba, Adalmir Holanda, o delegado chegou ao hospital com três lesões provocadas pelos disparos: uma no braço, uma na coxa e outra na região clavicular, que transfixou o tórax e atingiu o pulmão e o coração do policial. Holanda ainda afirmou que os médicos da unidade tentaram de várias maneiras estabilizar o paciente para que ele fosse transferido de helicóptero para um hospital com maior estrutura, mas nada do que foi feito conseguiu evitar a piora do quadro do delegado.


Através de nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que Flávio Anderson estava de serviço quando o crime ocorreu. Ele foi a Jataúba com uma equipe da Delegacia de Brejo da Madre de Deus para cumprir mandados de prisão contra uma mulher e um homem acusados de homicídio. Ao chegar ao local, o delegado foi recebido com vários tiros e atingido, mas também reagiu à investida e acertou o acusado.

"O casal foi preso pelo crime anterior e também pelo homicídio do policial civil e tentativa de homicídio dos policiais da equipe. O homem foi socorrido ao Hospital Geral do Agreste", diz o comunicado da corporação. No caminho para a unidade de saúde, porém, a ambulância em que estava José Carlos de Santana, de 43 anos, foi interceptada e alguns homens o mataram com vários disparos. A Polícia Civil ainda não comentou a morte do suspeito.

Nas redes sociais, colegas de profissão de Anderson fizeram desabafos emocionados sobre a morte do policial. "É preciso fortalecer intensamente o combate à criminalidade violenta em todo o País. Ou mais policiais civis e militares precisarão ser assassinados para que isto ocorra? Flávio Anderson era um colega de turma de delegado, companheiro de labuta e amigo. Profissional dedicado, que saiu da sua casa em um dia de sábado para exercer sua função, sendo covardemente assassinado. Minhas sinceras lamentações pela morte de Flávio Anderson e por tantas falhas do sistema de justiça criminal brasileiro", afirmou o Delegado Israel, vice-prefeito afastado de Arcoverde.

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) afirmou que a morte do policial "será lamentada por todos" da corporação. "Dr. Liberato deixou um inestimável legado de contribuição para a Polícia Civil de Pernambuco e de defesa da sociedade. Sua perda será lamentada por todos. A Adeppe transmite os votos de profundas condolências à família enlutada", declarou a entidade, por nota.

 

A Associação de Polícia Científica de Pernambuco (APOC-PE) também se solidarizou com os amigos e familiares de Flávio Anderson e agradeceu ao policial pelos serviços prestados à população pernambucana. "Ficam a lembrança, o respeito pelo legado que Anderson Liberato deixou e o agradecimento por todo serviço prestado à população. Anderson Liberato era exemplo de amor e dedicação pela farda que usava e pelo distintivo que carregava. Aqui, se eleva a voz da resistência dos que permanecem e que jamais deixarão de combater a criminalidade. Quando um policial tomba, tomba também a sociedade. Força aos que ficam".

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), por sua vez, afirmou que é por existirem situações como esta, da morte do delegado, que a entidade tem trabalhado para garantir melhores condições de trabalho para a categoria. "Por isso, o SINPOL cobra, constantemente, investimentos nos policiais civis, tanto em equipamentos, quanto em condições de trabalho. Lamentavelmente, é mais um colega policial civil que tomba durante sua missão. Nossas sinceras condolências à todos os familiares e amigos", diz comunicado da entidade.

Para a Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe), a morte de Flávio Anderson "representa um ataque ao próprio Estado Democrático de Direito". "A Amepe lamenta a morte do delegado Flávio Anderson Liberato Alves do Nascimento, neste sábado (17), durante o exercício de sua função, no município de Jataúba, no Agreste pernambucano. Ressalta-se que um ataque a um profissional da segurança pública no exercício do seu mister representa um ataque ao próprio Estado Democrático de Direito. A Amepe presta sua solidariedade aos familiares e amigos do delegado Flávio Anderson Liberato e a todos que integram a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE)".

J.CNE10

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