O coordenador de Polícia Civil do interior, delegado Roberto Leal, declarou nesta segunda-feira (5), em entrevista ao Acorda Cidade, que o alto índice de homicídios registrados em Feira de Santana nos últimos dias vem gerando preocupação e, segundo ele, tem feito redobrar o trabalho da polícia.
Somente neste fim de semana, entre o Sábado de Aleluia (3) e o Domingo de Páscoa (4), foram registrados cinco homicídios na cidade. Apesar de ter havido uma leve redução em comparação com o ano passado no mesmo período, quando ocorreram sete homicídios e um latrocínio, os números continuam altos.
“Os números apresentam uma redução em comparação com o ano passado, mas nos deixam preocupados. Estamos, como todos sabem, em uma situação de isolamento social, de restrição de circulação, e foi um período também de feriado, que é comum as famílias se juntarem para relembrar o sacrifício de Cristo. Então a gente esperava que os índices fossem menores. Infelizmente tivemos alguns crimes, e um fato só resultou em outros três crimes, em vingança”, avaliou o delegado.
Segundo Roberto Leal, quando se analisa o histórico da Semana Santa em Feira sempre foi um período em que os índices são aumentados, por isso, neste ano, a Polícia Civil realizou a operação Visão Noturna em mais dias para tentar combater esse tipo de crime. “Mas, infelizmente, quatro homicídios ocorreram, que não estão vinculados ao tráfico ou disputa pelo tráfico, e por isso a polícia não teve como evitar.”
Esse crime, de acordo com o delegado Roberto Leal, tem relação com a morte da garota Ana Júlia Bispo de Jesus, de 7 anos, que foi assassinada a tiros quando estava com o pai, Adalto Ferreira de Jesus, alvo dos bandidos, e que na mesma ocasião também chegou a trocar tiros com os acusados e foi conduzido à delegacia por porte ilegal de arma.
“As investigações feitas pela DH apontam que Adailton era casado com a irmã da mãe da pequena Ana Júlia, e os mesmos que tentaram contra a vida do genitor da Ana Júlia retornaram ao endereço a fim de ceifar a vida do genitor da criança, não lograram êxito e acabaram assassinando Adailton, que era cunhado do pai da menor”, informou Roberto Leal.
Ele disse que mesmo um dos autores desse crime tendo sido preso em flagrante delito, outros integrantes do grupo querem levar a cabo as ameaças, motivados por um sentimento de vingança, em virtude de uma briga familiar que houve anteriormente. “A DH desde o dia do assassinato da menor vem a todo custo tentando localizar essas pessoas e prendê-las pra acabar com essa sessão de crimes que vêm ocorrendo”, finalizou.
Acorda Cidade
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