Ministério da Saúde espera receber IFA para Coronavac no dia 25 de maio

Caixa com doses da Coronavac, vacina distribuída pelo Instituto Butantan

O Ministério da Saúde espera receber até o dia 25 de maio mais Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), vindo da China, para a fabricação de novas dosas da Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. A informação foi prestada nesta segunda-feira (17) pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, na Comissão Temporária sobre a Covid-19 no Senado. A expectativa deve se confirmar ainda hoje.

De acordo com governo de São Paulo, dez mil litros de insumo aguardam autorização de embarque na China, onde o IFA é produzido. Nesta segunda-feira (17), o Butantan informou que continua sem data para receber os insumos. O instituto tem mantido contato diário com autoridades chinesas, mas as últimas reuniões não registraram avanços.

A produção do imunizante está paralisada no Butantan desde quarta-feira (12) por causa da falta desta matéria-prima. Por isso, o instituto alertou sobre a possibilidade de impacto no cronograma de entrega de vacinas em junho.

Por causa da demora, o Instituto Butantan também não deve conseguir adiantar o repasse das 54 milhões de doses até agosto, como havia sido inicialmente projetado. A previsão se mantém em setembro, mas isso também depende da chegada de mais insumo sem atrasos.

De janeiro até maio, foram entregues ao Ministério da Saúde 46 milhões de doses da Coronavac. O primeiro contrato pedia a chegada até abril. Entretanto, os atrasos na chegada e mais insumos também dificultaram a produção.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, tem atribuído a demora na vinda do IFA às falas do presidente Jair Bolsonaro a respeito China. Em discurso na semana passada, sem citar nomes, o presidente falou que está em andamento uma "guerra química, bacteriológica e radiológica" e levantou suspeita de que o coronavírus causador da Covid-19 tenha sido produzido em laboratório.

Caixa com doses da Coronavac, vacina distribuída pelo Instituto Butantan
Caixa com doses da Coronavac, vacina distribuída pelo Instituto Butantan contra o coronavírus
Foto: Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também atribuiu o atraso aos entraves diplomáticos. “Hoje é uma questão política e diplomática. Não há nenhum problema contratual, nem operacional”, disse Doria, que elogiou a postura do chanceler Carlos França e avaliou que o ministro empossado recentemente “deu outra postura” ao Itamaraty. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que essa demora é um “entrave normal” e não depende apenas de diplomacia.

Doria também aguarda que a China traga “boas notícias” sobre a liberação dos insumos entre esta segunda e terça-feira. Na tarde desta segunda-feira, pelo Twitter, o tucano informou que o Instituto Butantan recebeu da China a previsão de chegada de quatro mil litros de IFA no dia 26 de maio, o suficiente para a produção de mais sete milhões de doses da Coronavac. 

O governador também pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) agilidade para liberar os testes clínicos das fases 1 e 2 da Butanvac, desenvolvida pelo Butantan. “Não há razão para demora”, disse o governador.

Fiocruz

Rodrigo Cruz também informou que a Fiocruz vai receber mais IFA nos dias 22 e 29 de maio, o que vai permitir a produção de “cerca de 12 milhões de doses” da vacina AstraZeneca/Oxford.

CNN

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