Parados em Salvador há um ano e dois meses, circenses relatam esperança na volta dos espetáculos: 'Nossa identidade'

Parados em Salvador há um ano e dois meses, circenses relatam esperança na volta dos espetáculos — Foto: Reprodução / TV Bahia

Há um ano e dois meses sem poder trabalhar em Salvador, artistas circenses do Le Cirque aguardam ansiosos a liberação da prefeitura da capital baiana para voltar a colocar sorrisos nos rostos das pessoas e receberem palmas.

"Olha, muito difícil para todos nós, que não estamos podendo trabalhar no dia-a-dia, levar alegria a todas as famílias, a todos os públicos de Salvador, mas estamos esperando só a liberação da prefeitura para conseguirmos voltar a trabalhar", falou um dos palhaços do circo.

"Ensaiando, treinando para um dia a gente poder voltar, trazer vocês de volta para o nosso palco, o nosso circo, para a nossa casa", contou o palhaço Tony Toneleda.

Em março de 2020, quando voltou para Salvador, o circo contava com 120 artistas, que mau tiveram tempo para fazer shows para o público. Há pouco dias da chegada na capital baiana, ocorreu o primeiro decreto de medidas restritivas. Foram sete meses fechado na primeira onda da Covid-19.

"Da primeira vez que o circo parou, depois de um mês e meio, dois meses, que a gente viu que estava difícil o retorno, a gente deu início a várias atividades individuais aqui do circo. A gente fez as delícias do circo, que são algodão doce, maçã do amor, morango no palito, mini churros, minha cunhada fazia empanada, um rapaz confeccionava máscaras", revelou a circense Patrícia Amorim.

"Aí o circo retornou, ficou dois meses trabalhando e fechou de novo. Aí já se tornou inviável, porque a gente já não tinha mais receita nenhuma para fazer estoque, para recolocar as atividades em ação novamente. Então a gente ficou parado aguardando", concluiu.

Parados em Salvador há um ano e dois meses, circenses relatam esperança na volta dos espetáculos — Foto: Reprodução / TV Bahia

No fim de 2020, o Le Cirque retomou os espetáculos cumprindo todos os protocolos, mas recebendo apenas 100 pessoas em um espaço que cabem mais de mil. Como o circo sobrevive da bilheteria, a ausência de público gerou prejuízos financeiros.

A chegada da segunda onda trouxe ainda mais problemas. A maioria dos funcionários cansaram de esperar pela reabertura plena das atividades e foram embora. Quem ficou aguarda com esperança a permissão da prefeitura.

A circense Stefani Stevanovich cresceu no circo e sente falta da rotina criada durante toda a vida.

"É um momento que a gente vive de incerteza, muita insegurança, desânimo porque a gente volta, tem o público, graças a Deus, eles sempre vêm, mas depois a gente para de novo e aí fica nessa incerteza de quando a gente vai voltar retomar nossas atividades", disse a jovem.

Atualmente, apenas 10 pessoas moram no circo e têm a missão de cuidar da estrutura e manter as atividades diárias para o circo funcionar quando tiver a liberação da prefeitura.

"O circo é nossa identidade e sem trabalhar, parece que a gente perdeu o sentido. Então todos os dias a gente ensaia, limpa, conserta as roupas, refaz figurino, para a gente manter a essência circense viva na gente, porque o sentimento é de uma solidão enorme", lamentou a circense Patrícia Amorim.

A reportagem da TV Bahia entrou em contato com o Governo da Bahia, que afirmou que continua observando as taxas de ocupação de leitos e o surgimento de uma nova variável da Covid-19 no país. 

G1

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