Ecko, chefe da maior milícia do Rio, morre após operação da Polícia Civil

  

Miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko Foto: Reprodução



Chefe da maior milícia do Rio, Wellington da Silva Braga, o Ecko, morreu neste sábado, dia 12, após ser baleado em operação da Polícia Civil do Rio. O criminoso, um dos mais procurados do país, foi encontrado numa casa na comunidade das Três Pontes, em Paciência, na Zona Oeste, local considerado seu reduto.Segundo informações da polícia, o miliciano foi baleado durante confronto e chegou a ser levado para o Hospital municipal Miguel Couto, no Leblon, mas não resistiu aos dois ferimentos na região tórax.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Ecko chegou morto à unidade. O miliciano foi socorrido de helicóptero para o Serviço Aeropolicial (SAER) da Coordenadoria de Recursos Especiais na Lagoa, e em seguida levado para o hospital.

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Em razão da data, a operação foi denominada Dia dos Namorados. Ao longo de seis meses de investigação, a Polícia Civil concluiu, com base em informações da inteligência, que este seria o dia ideal para capturá-lo. Participaram da operação Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim), Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Draco), Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e Subsecretaria de Inteligência. A operação foi coordenada pela Subsecretaria de Planejamento Operacional.

Ecko, chefe da maior milícia do Rio, durante prisão
Ecko, chefe da maior milícia do Rio, durante prisão Foto: Reprodução


Ecko chefiava o maior consórcio criminoso do Rio: sua milícia, antes restrita à Zona Oeste, que agora está presente em 20 bairros da capital e outros seis municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde.

Apesar de ser réu em nove processos criminais, Ecko circulava pela cidade escoltado por seguranças, frequentava casas em bairros nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros.

Numa comparação com a criminalidade advinda do tráfico de drogas, a milícia de Ecko, composta majoritariamente de ex-membros do tráfico e não mais de policiais, é hoje maior que cada uma das três maiores facções criminosas do Rio de Janeiro, pelo critério de áreas dominadas.


Ecko assumiu o comando da maior milícia do Rio após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, ocorrida em abril de 2017, durante uma ação da Polícia Civil também em Paciência, na Zona Oeste.

Sua ascensão provocou um racha na quadrilha, dando início a uma guerra pelo controle no grupo, que resultou nas mortes de pelo menos dez pessoas em dois meses. A escolha do novo chefe, usuário de drogas e apontado como um homem violento, desagradou os integrantes do bando, na ocasião com forte atuação em Campo Grande, Paciência e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, além de Seropédica e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Enquanto o antecessor, cujo reinado durou três anos, era um chefe espalhafatoso, que deixava ser bastante filmado e fotografado, frequentava bailes, tinha um time de futebol amador e ia aos campeonatos, onde era homenageado na beira do campo, Ecko tinha um perfil mais dicreto. Mais reservado, não costumava aparecer em público e, até pouco tempo, a polícia só tinha acesso a duas fotos do criminoso: a 3x4 tirada para sua identidade e uma em que aparece abraçado a uma mulher, durante uma festa.

Ecko e Adriano

A ampliação dos domínios de Ecko teve relação com sua aproximação com o ex-capitão da PM Adriano da Nóbrega. A cumplicidade entre os dois tornou possível uma inédita aliança entre diferentes grupos criminosos, que acabou ampliando o avanço das milícias pelo estado.

Se antes os grupos paramilitares das zonas Oeste e Norte do Rio agiam de forma independente e descoordenada, depois da aproximação entre Ecko e Adriano passaram a ser sócios, atacando favelas dominadas pelo tráfico e, juntos, defendendo seus redutos de ataques rivais.

“Ecko e Adriano formaram um corredor entre as zonas Norte e Oeste todo dominado pela milícia”, resumiu um policial federal que investigou a conexão entre as quadrilhas.

Extra o Globo

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