Tite pede calma com Gabigol na Seleção e quer que Neymar "exploda todo seu talento"

Técnico Tite em entrevista coletiva após a goleada do Brasil sobre o Paraguai — Foto: Reprodução

O técnico Tite pediu calma em relação ao atacante Gabigol na seleção brasileira e disse que "ele vai brilhar". Autor de um gol na estreia na Copa América, contra a Venezuela, o jogador do Flamengo foi titular na goleada por 4 a 0, sobre o Peru, nesta quinta-feira, mas acabou substituído no intervalo.

– Calma. O futebol é feito de calma. Se não a gente cria uma expectativa excessiva e acha que o jogador já tem que entrar e produzir tudo o que ele faz no seu clube. Mexemos numa equipe toda. Tivemos seis modificações de um jogo para outro O futebol é uma engrenagem, ele demora um pouquinho para se ajustar. No segundo tempo, usamos um número grande de atacantes, porque a gente achou que era o que o jogo pedia. Talvez, se tivesse o Everton com Gabriel e Neymar, seria melhor. Esses ajustes, a gente tem que ter calma. A gente vai trabalhando essas situações – ponderou o treinador.

Gabigol deu apenas cinco passes no tempo em que esteve em campo e não conseguiu finalizar.

– A gente tem mudado , dado oportunidade para todos, Gabriel entrou muito bem no jogo anterior, e hoje tivemos muita dificuldade para encontrar espaço. Era agressiva a marcação do Peru, subindo para uma média, alta nos dificultando bastante. O Gabriel foi substituído, a equipe no primeiro tempo não ajudou, porque ele é um jogador de finalização. Outras oportunidades vão aparecer, ele vai brilhar. No coletivo, um brilha em um dia, em outro dia é outro – completou o auxiliar técnico, Cléber Xavier, ao lado de Tite, na entrevista. 

 

Destaque da goleada canarinho, Neymar também foi assunto na entrevista de Tite. Segundo o treinador, ele tenta criar condições para que o camisa 10 "exploda todo o seu talento".

– Não sei onde o Neymar pode chegar. A capacidade técnica... Torço muito para que ele tenha saúde, não machuque, tenha essa maturidade. A gente está conseguindo dentro da Seleção, e acredito que em parte no clube também, dar uma liberdade criativa a ele, ele tem dado uma contribuição coletiva, principalmente no perde e pressiona, e nós damos uma área de ação maior dele, para que exploda todo seu talento, dando assistência, como foi no gol de Richarlison, como na jogada de lance individual, que abre para Richarlison, um lance simples. Se Neymar vem muito atrás, ele não vai ser efetivo. Tem um conjunto harmonioso que proporciona a ele ser efetivo.

Questionado sobre a sua relação com Neymar, que lhe abraçou após o gol, Tite respondeu:

– Tenho relação de lealdade. Com Neymar da mesma forma como com nosso atleta mais novo, que é o Vinícius Júnior. De não externar de forma pública, por vezes, as adversidades e os problemas que tem, sem antes ele ser direcionado diretamente ao atleta. Isso é talvez a maior experiência que eu trago de atleta, que gostava que meu técnico viesse e falasse comigo meus erros e não externasse de forma pública porque era uma exposição muito grande, mesmo sabendo que a imprensa busca informações. É o papel dela, mas é do papel de quem tem a responsabilidade de ser exemplo, de colocar as coisas de forma transparente, tanto para o Vinícius Júnior quanto para Neymar. 

 Neymar e Tite em jogo pela seleção — Foto: Reprodução

A goleada sobre o Peru foi a nona vitória consecutiva da Seleção, igualando a maior sequência de vitórias com Tite, obtida entre 2016 e 2017, logo que ele assumiu o cargo.

Em 56 jogos no comando da Seleção, Tite tem 42 vitórias, 10 empates e quatro derrotas, aproveitamento de 80,9%.


Com a vitória sobre o Peru, a seleção brasileira se isola na liderança do grupo B da Copa América, com seis pontos. O Brasil folga na próxima rodada da competição, no fim de semana.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Tite:

Nível Copa América

– Nós queríamos a seleção da Espanha, de Portugal, todas as europeias. Se tivéssemos um calendário que nos proporcionasse essas situações. Se não a gente fica pensando numa situação imaginária. Imaginária é uma coisa, real é outra. A preparação é agora. O Peru fez, na Copa do Mundo, grandes jogos. Foi o último título disputado da Copa América, nós e o Peru. O pessoal fica desvalorizando nossos confrontos. Nós temos Argentina de Messi, Lautaro, Aguero e companhia. Temos Colômbia com Sanchez, Mina, Cuadrado. Jogadores de alto nível. Temos Uruguai com Suárez, Cavani, Godin. Gostaríamos de ter calendário para jogar com equipes europeias, mas não foi possível.

Modificações no time

– Fizemos mudanças tentando manter a estrutura da equipe. No primeiro tempo, ela mudou demais. No que mudou demais, perdeu sincronia. A gente quer ter, sim, título, grande campanha e desempenho, mas, paralelamente a isso, queremos oportunizar atletas para jogar, porque o campo fala, a bola fala.

Resultado em risco no primeiro tempo

– O primeiro tempo não foi o que prevíamos, tanto na articulação quanto na marcação de pressão na saída do adversário.. Ele ficou abaixo, por alguns motivos. Pela qualidade do Peru, pela intensidade na marcação. Nossa saída de bola ainda tem alguns passes nervosos, que é próprio de uma equipe muito modificada. Monta a equipe toda de vocês da imprensa, troca duas, três peças e vê como a coordenação dos movimentos se perde. Assim tal qual é com vocês, é conosco dentro de campo. Depois baixou um pouquinho, baixou com um articulador, fica mais com a bola, aí começa a potencializar como equipe de forma mais harmoniosa, mas o primeiro tempo ficou, sim, abaixo do que a gente previa. 

G1 Esportes

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