Após surto de malária, Sesab monta laboratório em Itabela para agilizar exames; cidade tem 35 casos da doença

 Mosquito que transmite a malária, doença que ainda mata 400 mil pessoas por ano no mundo — Foto: Getty Images

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) montou um mini laboratório em Itabela, no extremo sul da Bahia, por causa do surto de malária que atinge o município. O objetivo é agilizar o resultado dos exames que comprovam a doença. Até esta quarta-feira (7), 35 casos da doença foram registrados na cidade, e outro em Porto Seguro, na mesma região.

Cerca de 163 lâminas foram coletadas no assentamento rural Margarida Alves, onde os primeiros casos da doença foram registrados, no início desse mês. Desse total, 60 foram analisadas.

Antes da instalação do laboratório, o material ser enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador e agora pode ser visto no próprio município.

Na manhã desta quarta, técnicos da Sesab, da Secretaria Municipal de Saúde de Itabela e equipes do Ministério da Saúde participaram de uma reunião virtual para avaliar as medidas tomadas para o controle da malária na região.

“Como a malária é uma doença de notificação compulsória imediata, as medidas foram adotadas. Desses 36 casos positivos, alguns finalizaram o tratamento e não temos nenhum paciente em estado grave”, disse a secretária de saúde do município, Wadla Cassiano.

A malária é uma doença infecciosa causada por um protozoário que se instala no fígado e se espalha pelo organismo causando palidez, calafrios, febre de 40º ou mais e dores no corpo, podendo levar à morte.

A principal medida adotada pelo comitê de monitoramento da doença foi a busca ativa dos casos, que consiste na entrevista e cadastro de pessoas do assentamento e municípios vizinhos à Itabela, que apresentaram sintomas, e na coleta de amostras de sangue para fazer o exame.

Além disso, técnicos especializados em entomologia também estão analisando mosquitos capturados durante a noite no assentamento, para identificar a espécie que tem causado o surto. Também foram distribuídos mosquiteiros e estão sendo feitas reuniões para alertar os moradores quanto às formas de prevenção e tratamento.

O comitê já solicitou ao Ministério da Saúde um inseticida específico para eliminar o mosquito transmissor da malária. Porém, ainda não há previsão de quando o produto será enviado.

“Muitas vezes, as pessoas questionam a questão do fumacê, mas vale lembrar que ele não é para esse tipo de mosquito, o fumacê não serve. O inseticida adequado já foi solicitado”, esclarece a secretária de saúde de Itabela.Comitê acompanha o surto de malária em Itabela, no extremo sul da Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Comitê acompanha o surto de malária em Itabela, no extremo sul da Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Surto na regiãoMosquito que transmite a malária, doença que ainda mata 400 mil pessoas por ano no mundo — Foto: Getty Images

Mosquito que transmite a malária, doença que ainda mata 400 mil pessoas por ano no mundo — Foto: Getty Images

Em apenas 24h, a Sesab registrou aumento de nove para 35 casos de malária na região extremo sul: 34 em Itabela, e um caso em Porto Seguro. Antes, na segunda-feira (5), o total era de nove casos. De acordo com a Coordenação de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesab, o caso é tratado como surto, porque a doença não é endêmica na região. Nenhuma morte foi registrada no estado, até o momento.

A primeira confirmação ocorreu na última sexta-feira (2), em Itabela. A prefeitura na época confirmou ao menos cinco casos de malária no assentamento Margarida Alves. Informações iniciais apontam que um homem oriundo de Manaus, no norte do país, infectado com a doença, e esteve na região, mas não há detalhes.

Malária

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a malária é potencialmente grave e costuma ser transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos infectados pelo parasita. A doença também pode ser transmitida por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue e até de mãe para feto, na gravidez.

Entre os sintomas estão febre alta, calafrios, sudorese e dor de cabeça. Além disso, também podem surgir dores musculares, taquicardia e aumento do baço. Nos casos letais, o paciente desenvolve o que se chama de malária cerebral. 

G1

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