Voluntários tentam salvar búfalos famintos na fazenda do Brasil onde 500 morreram

Búfalos comem comida dada por voluntários em uma fazenda onde a Polícia Ambiental encontrou centenas de búfalos desnutridos e maltratados em Brotas, São Paulo, Brasil 1º de dezembro de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli

BROTAS, Brasil, 2 de dezembro (Reuters) - Um grupo de voluntários tenta salvar centenas de búfalos que a polícia diz terem sido abandonados em uma fazenda de gado leiteiro no Brasil, onde cerca de 500 já morreram de fome, segundo pessoas envolvidas no esforço.

A polícia ambiental da cidade de Brotas, a 250 quilômetros da capital paulista, respondeu a denúncias de animais desnutridos e maltratados na fazenda São Luiz da Água Sumida no mês passado.

Os policiais encontraram 667 animais abandonados em uma área confinada e muito mais carcaças, de acordo com uma cópia do relatório policial visto pela Reuters.

"Cheguei aqui, era um cenário de guerra", disse Maurice Vidal, médico veterinário responsável pelo atendimento de emergência em andamento. “Havia muitos animais, muitos animais extremamente debilitados e caídos”, disse ele, estimando que até 500 búfalos foram encontrados mortos na propriedade.

O proprietário da fazenda, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, não foi encontrado para comentar.

Em entrevista à TV Globo, Souza negou qualquer irregularidade, dizendo que havia comida e água para os animais e alguns morreram de causas naturais.

O vídeo mostrou que alguns dos animais estavam fracos demais para ficar em pé e tiveram que ser içados com maquinários pesados ​​para receber cuidados médicos. Outros búfalos eram magros com seus ossos e costelas claramente visíveis.

De acordo com o relatório da polícia ambiental, as autoridades cobraram uma multa de mais de 2 milhões de reais ($ 360.000) por violações ambientais.

Um porta-voz da agência de meio ambiente disse à Reuters na quinta-feira que a polícia civil também está investigando, o que pode resultar em novas acusações.

Depois que voluntários alegaram que Souza estava atrapalhando seus esforços de resgate, um juiz de Brotas determinou que 50 pessoas, incluindo veterinários protegidos pela polícia local, poderiam trabalhar na fazenda, de acordo com cópia da decisão.

Larissa Maluf, de um grupo sem fins lucrativos chamado Sociedade Vegetariana Brasileira, disse que a dona da fazenda alugava parte dela para o cultivo, reduzindo a oferta de ração dos animais.

“O dono da fazenda resolveu arrendar para a soja e com isso foi deixando o espaço para esses animais cada vez menores”, disse ela.

Informações da Reuters

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