Os empresários Rafael Damasceno, da Frigold, e Antônio Araújo, do projeto ‘Sertanejo Vencedor’, estiverem recentemente em Brasília (DF), onde mantiveram reunião com os ministros João Roma, da Cidadania, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.

Durante o encontro, que contou também com a participação do empresário jacobinense Suelio Ribeiro, radicado em São Paulo, os empreendedores apresentaram projetos agropecuários da região de Jacobina, no Centro-Norte baiano.

Quarta mais consumida no mundo, a carne ovina ainda é pouco demandada pela maioria dos brasileiros, mas projeções da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam um aumento do consumo em 10,94% até 2027. Não é pouco.

Segundo Rafael, o fortalecimento do mercado nacional do cordeiro passa pelo apoio do Governo Federal, por meio de política públicas, e incentivo ao associativismo e cooperativismo.

Parceria com a Codevasf e o Banco do Nordeste, além de apoio à cultura de cooperativas - a exemplo dos trabalhos já desenvolvidos no sul do Brasil -, podem transformar a cadeia produtiva da ovinocultura do país. Ainda estamos engatinhando, mas é necessário vislumbrar as promissoras possibilidades”, ressalta Damasceno.

Para Rafael, Jacobina vive um período de crescimento, mas é preciso se permitir às novidades e a ousar no mercado, de forma responsável e eficiente.

A Frigold fez um investimento de mais de 4 milhões de reais, com impacto na geração de emprego e renda em Jacobina. Em breve, entraremos em um novo momento de expansão em nível nacional. Temos a convicção da demanda e da possibilidade de ofertarmos o melhor produto e sermos a principal referência da carne de cordeiro em todo o Brasill”, acrescenta.

Grande incentivador da ovinocaprinocultura, Antônio Araújo enxerga o potencial da Frigold e acredita que a marca possa gerar inúmeras oportunidades regionais. O empresário Suelio tem sido uma voz importante junto ao empresário libânes Kalil Karam, secretário do Grupo Parlamentar Brasil/Países Árabes.

O nosso desejo é ver nas gôndolas dos supermercados cortes de cordeiros de qualidade com a marca Frigold, agregando valor aos produtos da nossa região”, garante Rafael Damasceno.

Khalil Karam explica que a demanda crescente do mercado árabe é uma excelente oportunidade para os produtores nordestinos. “Temos uma demanda atual de 150 mil animais vivos, por mês, para países como Egito, Líbano, Turquia, dentre outros”, aponta. Ele lembra que para atender o mercado árabe é necessário que os produtores/criadores se organizem e, para isso, é fundamental o apoio do Governo Federal e de instituições/entidades com projetos voltados ao agronegócio.

Mercado

Aliado ao crescimento do mercado geral de carne, proporcionado pelo aumento da população mundial e avanço da renda per capita, o consumo do mercado externo, especialmente de países árabes, renova a esperança dos criadores nordestinos, maiores produtores de caprinos e ovinos do país.

Segundo dados publicados pela Agência de Notícias Brasil-Árabe, cruzados com os do IBGE, o rebanho nacional de caprinos em 2020 girou em torno de 12,1 milhões de animais, sendo que 90% se concentram no Nordeste. Já os ovinos eram 20,6 milhões em 2020 – 60% estão no Nordeste e 25% no Sul do País. A produção de carne de ovinos no Brasil, sequer atende o mercado nacional.

 

Por Clayton Luz e Tamara Leal