"É uma dor na alma, que só quando a gente passa que sente. Não é muito pela dor da perda, porque nós sabemos que todos nós um dia vamos embora, mas a forma que foi...", disse a mãe do jovem, Kelly Martins, emocionada.
A mulher clamou por justiça: "meu filho foi brutalmente assassinado, sem motivos. Eu estou aqui lutando por justiça. Vou lutar todos os dias".
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O corpo de Haziel Martins Costa, de 19 anos, foi sepultado no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
O jovem estava com Gabriel Santos Costa, de 17 anos, quando os dois foram abordados e agredidos pelo agente na madrugada do dia 1º de dezembro. O crime ocorreu no bairro de Ondina e foi filmado por uma testemunha.
Gabriel não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já Haziel, atingido no abdômen, braço e antebraço, ficou hospitalizado.
O soldado disse, em depoimento, que sofreu uma tentativa de assalto e agiu em legitima defesa. A tese foi rejeitada pela polícia e rebatida pelos advogados que representam a família das vitimas.
"O Marlon escolheu matar. Ele tinha toda a técnica, sabia manusear e como era o procedimento, mas escolheu matar", afirmou o advogado da família do jovem, Dielson Monteiro.
Segundo a Polícia Civil, Marlon admitiu que atirou nos jovens, mas disse ter agido em legítima defesa após uma suposta tentativa de assalto. A mesma versão foi apresentada pela namorada dele, que testemunhou a ação e também foi ouvida. Ela não teve nome divulgado.
O PM se apresentou no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) e foi transferido para o Batalhão da Polícia Militar, em Lauro de Freitas. No dia 10 de dezembro, a Justiça manteve a prisão preventiva dele.
"O inquérito ainda se encontra aberto e a delegada está tentando fazer o reconhecimento das pessoas que estavam no local e imagens de câmeras de seguranças", contou o advogado da família do jovem.
No mesmo dia, o secretário de segurança pública da Bahia, Marcelo Werner, disse que a medida é um "trâmite necessário, para que haja apuração da melhor forma possível, da forma mais isenta possível, dos fatos narrados".
Além do luto pela morte do filho, Kelly Martins disse que ela e a família tem convivido com o medo.
"Eu me senti insegura, por isso me privei de aparecer na televisão. Sempre quis aparecer para poder falar sobre meu filho. A moto de meu filho não era roubada, de hoje que quero me pronunciar, mas estava com medo dele mandar fazer alguma coisa com meu filho lá dentro [do hospital]", disse a mãe de Haziel.
G1
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