A operação da Polícia Federal (PF) que mira dois escritórios, em Juazeiro e Sobradinho, na Bahia, tem um alvo principal: a advogada Lilian Joic Silva Batista. De acordo com fonte policial ouvida pela reportagem, Lilia encabeçava um esquema que protocolou ao menos 30 processos fraudulentos para requerer benefícios previdenciários.
Segundo a investigação, a advogada agia, principalmente, na solicitação de auxílio de maternidade rural. Na fraude, entretanto, ela falsificava documentos que atestassem vínculo empregatício de clientes com empresas em que eles nunca trabalharam, lesando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Lilian Joic Silva Batista por Redes Sociais
"A investigada abordava mulheres grávidas e dizia que elas tinham direito ao benefício só pelo fato de ter filho. Esse auxílio é só para quem está trabalhando no âmbito rural. Por isso, ela, junto com o dono de uma fazenda, fraudava contratos de arrendamento para comprovar um vínculo de trabalho que era suficiente para a pessoa conseguir o benefício", conta um policial envolvido na investigação.
A fonte explica ainda como o esquema criminoso funcionava. "O que temos de investigação, inclusive com a confissão do dono da fazenda, é que ela pagou R$ 6 mil a ele para assinar os contratos de todas as mães que arranjou para a fraude. Localizamos 30 processos com essas características de fraude, mas há mais processos sob investigação", relatou o policial.
A investigação aconteceu nos últimos três meses, mas ainda em março a investigada se mudou para o Rio de Janeiro. Além de fraudar os processos, ela não repassava os valores do benefício, em torno de R$ 3 mil, para os clientes, que começaram a cobrá-la.
A operação que investiga a advogada foi batizada de Raízes de Papel e cumpriu quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Juazeiro e Sobradinho, na segunda-feira (30).
Correio
0 Comentários