Ao menos três mulheres perderam suas vidas por feminicídio na Bahia neste final de semana. Todas as vítimas foram mortas por seus respectivos companheiros. Os casos aconteceram em Salvador e também no interior no estado.
Na sexta-feira (29), Marisol Batista de Jesus, de apenas 18 anos, foi morta a facadas por Magno Araújo da Silva, seu ex-namorado, que não aceitava o término do relacionamento. O crime aconteceu no distrito de São Roque, em Coaraci, na região sul.
De acordo com o G1, a jovem esteve na delegacia de Coaraci, no dia do crime, para registrar um boletim de ocorrência e solicitar uma medida protetiva contra Magno Silva. Entretanto, ela foi assassinada antes da medida protetiva ser deferida. O suspeito ainda não foi localizado.
Na capital baiana, Tatiana Rodrigues foi morta na madrugada de sábado (30) pelo advogado Eudes Santos Assis, no bairro de Mont Serrat, região da Cidade Baixa. Segundo informações preliminares, Tatiana retornava de uma festa com Eudes, quando uma discussão começou. O pai da vítima relatou que após a briga, disparos foram ouvidos e os dois foram encontrados sem vida no quarto.
Na noite de ontem, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, Letícia Santos Silva, de 29 anos, foi morta a facadas. Conforme informações da TV Oeste, a vítima estava na porta de casa com um amiga quando o seu companheiro Edvanilton Santos Freire, de 31 anos, a atacou. A mulher sofreu mais de oito perfurações e foi atingida no tórax, dorso e braços.
Uma semana antes, a vítima chegou a procurar a polícia para tirar o homem de casa, alegando que ele estava desempregado. Na ocasião, ela negou qualquer tipo de agressão física ou verbal, mas uma medida protetiva chegou a ser solicitada pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (NEAM) da cidade.
O suspeito de atacar a vítima fugiu do local após o crime. Ele foi encontrado pela Polícia Militar algumas horas depois, na localidade de Santa Cruz, e conduzido à delegacia. Em nota, a Polícia Civil (PC) informou que ele passou por exames de corpo de delito e segue custodia, à disposição da Justiça.
Dados alarmantes
De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 consultados pelo BNews, 8 em cada 10 vítimas de feminicídio são mortas por companheiros ou ex-companheiros, e mais de 63% dessas mulheres são negras.
Outro dado alarmante exposto no Anuário é que 70,5% dessas mulheres tinham entre 18 e 44 anos. Além disso, a própria casa se transforma, na maioria das vezes, no cenário do crime, com 64,3% dos casos.
Em 97% dos casos, os autores do feminicídio são homens. Somente no ano passado, foram registrados 3.870 novos casos de tentativas de feminicídio, o que representa um aumento de 19% em relação ao ano anterior.
Mas os sinais de violência costumam aparecer muito antes da consumação do crime. O Anuário identificou mais de 95 mil registros de stalking contra mulheres, que é a prática de perseguição contra uma vítima em potencial, registrando um crescimento de 18,2%. Já a violência psicológica somou mais de 51 mil ocorrências, um aumento de 6,3%.
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