
O Egito surpreendeu o mundo ao revelar vestígios de uma cidade submersa com mais de dois mil anos, próxima à costa de Alexandria. Entre os achados estão edifícios, tumbas, tanques e até um cais preservado.
Pesquisadores acreditam que o local pode ser parte da antiga Canopo, um centro importante durante a dinastia ptolemaica e o Império Romano. A cidade teria desaparecido após sucessivos terremotos e o avanço do mar.
Abu Qir… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2025/08/24/egito-revela-vestigios-de-cidade-com-mais-de-2000-anos.htm?cmpid=copiaecola por Reprodução/YouTube/Bons Fluídos
A revelação reacende o fascínio por mistérios arqueológicos e lança novas perguntas sobre o futuro de Alexandria, que sofre hoje com o mesmo inimigo natural que engoliu Canopo: o avanço das águas.
Achados impressionam arqueólogos
Durante as escavações, guindantes retiraram estátuas raras, incluindo esfinges e peças ligadas a Ramsés II. “Há muitos elementos embaixo d'água, mas o que podemos recuperar é limitado”, disse Sherif Fathi, ministro de Turismo e Antiguidades do Egito.
Foram encontrados edifícios de calcário que podem ter servido como templos, casas e oficinas, além de depósitos e tanques escavados na rocha usados para aquicultura e armazenamento de água.
Outro destaque é um cais de 125 metros, com âncoras e vestígios de navios mercantes, que serviu como ponto estratégico para o comércio romano e bizantino. Cada peça encontrada abre novas janelas para o passado.
Legado escondido sob o mar
Apesar da descoberta, muitas estruturas permanecerão submersas. “O restante permanecerá como parte integral de nosso patrimônio subaquático”, afirmou o ministro.
Essa escolha preserva não apenas a integridade do sítio, mas também a possibilidade de futuros mergulhos arqueológicos. O local de Abu Qir já é considerado um dos mais promissores do Mediterrâneo.
O valor simbólico é imenso: a cidade ressurge como prova da sofisticação urbana da Antiguidade, revelando práticas religiosas, comerciais e culturais que moldaram parte da identidade egípcia.
Ameaça atual preocupa especialistas
Curiosamente, o mesmo fenômeno que engoliu Canopo ameaça hoje Alexandria. A cidade costeira afunda três milímetros por ano e é considerada altamente vulnerável às mudanças climáticas.
Relatórios da ONU indicam que, mesmo em cenários otimistas, um terço de Alexandria pode estar submerso ou inabitável até 2050. O alerta ecoa em meio às recentes descobertas arqueológicas.
O contraste é marcante: enquanto uma cidade perdida emerge do fundo do mar, outra luta para não desaparecer sob as ondas, reforçando a urgência em enfrentar o impacto ambiental global.
Correio
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