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A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que embasou a ação das polícias Civil e Militar na última terça-feira descreve um modus operandi adotado pelo Comando Vermelho (CV) para proteger seus chefes. De acordo com o relatório, a facção “adotou o protocolo de que as lideranças das mais diversas comunidades devem ficar homiziadas em grandes complexos”, como o da Penha e o do Alemão, na Zona Norte do Rio, ambos alvos da megaoperação, que teve mais de 100 mortos. O Salgueiro, em São Gonçalo, e a Rocinha, na Zona Sul carioca, também são citados.
O motivo da escolha é claro para o MPRJ: os locais são protegidos por “pesado armamento e barricadas”, o que garante abrigo. Mas, para além de criminosos de outros estados brasileiros, esses locais também servem de refúgio para chefes de comunidades fluminenses.
Um dos exemplos é Daniel Afonso de Andrade, o Danado, apontado como o “frente” do Morro Jorge Turco, de Rocha Miranda, na Zona Norte. Segundo a denúncia, ele está “homiziado” no Complexo da Penha, principal base do CV. Por lá, ele presta contas às lideranças locais, “arrecadando constantemente muita quantidade de dinheiro em espécie, além de exibir detalhada contabilidade com venda de farto material entorpecente”.
A Penha também é usada como abrigo por traficantes da Baixada Fluminense, como José Severino da Silva Junior, conhecido como Jetta ou Soró — com 31 passagens pela polícia — que chefia os morros do Castelar e da Palmeirinha, em Belford Roxo. Com 53 anotações criminais, por homicídio, roubo e tráfico de drogas, por exemplo, como destaca o MPRJ, Thiago Barbosa Conrado, apelidado como Taz ou TH do Rasta, chefe da comunidade do Rasta, em Duque de Caxias, também se abriga no Complexo da Penha. A função de ambos é parecida: a de apresentar a contabilidade das atividades criminosas das áreas sob seu controle às lideranças locais.
Durante a megaoperação, dos 113 presos, 33 (29%) eram de fora do estado do Rio, com representantes da Bahia, de Pernambuco e do Pará, por exemplo. De acordo com o Ministério Público, Eduardo Lisboa de Freitas, o Du Mec, apontado como gerente do tráfico no Complexo da Penha, exerce diferentes funções, que vão de gerenciar a segurança das bocas de fumo, até “intermediar a vinda de traficantes de outros entes federativos”.
Fonte:Extra o Globo
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