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O MC Poze do Rodo será convocado a prestar esclarecimentos à CPI das Câmeras da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na próxima sessão da comissão, marcada para o dia 20. De acordo com o presidente do grupo, o deputado Alexandre Knoploch (PL), o objetivo é que o funkeiro explique como a SUV Defender blindada, roubada em setembro, no Recreio, Zona Sudoeste do Rio, foi recuperada poucas horas depois, sem qualquer intervenção policial.
— O que me causa estranheza é como um carro roubado reaparece tão rapidamente, com tanque cheio e sem resgate pago, diferente da realidade da maioria da população. A CPI existe para investigar justamente essas relações perigosas entre o crime e empresas que deveriam proteger o cidadão — afirmou Knoploch.
A Land Rover blindada do cantor MC Poze do Rodo foi roubada na tarde de 18 de setembro, no Recreio dos Bandeirantes, área atualmente chamada de Zona Sudoeste do Rio. O funkeiro não estava no veículo no momento do crime — o carro havia sido emprestado a dois amigos. Já à noite, por volta das 19h, o artista publicou vídeos mostrando que o automóvel havia sido recuperado.
Poze do Rodo já havia sido convidado para um reunião, na última segunda-feira (6), mas não compareceu. Desta vez, a decisão de convocá-lo oficialmente foi deliberada em reunião restrita entre os integrantes da CPI, nesta quinta-feira (9).
Knoploch antecipou ainda que, na próxima semana, dois projetos de lei serão protocolados, fruto da CPI.
— Um deles visa a coibir resgates e gerar um controle melhor em operações de associações, na questão de ferros velhos, que vendem peças de carro, e-commerce e mercado de joias oriundo de joias e ouro usado — explicou.
CPI das Câmeras
Instalada em junho deste ano, a CPI das Câmeras tem como objetivo investigar a atuação de empresas privadas que se beneficiam da insegurança no estado.
A CPI investiga diversas empresas de monitoramento de câmeras e de associações de segurança veicular por supostos pagamentos a criminosos e traficantes pelo resgate dos automóveis roubados, irregularidades na contratação das câmeras de monitoramento, atuação de agentes de segurança pública nas empresas privadas, além de sonegação de impostos.
Nas últimas semanas, a CPI se debruçou em apurar esquemas de roubos de carros e cargas envolvendo as associações de proteção veicular. Os integrantes do grupo já estiveram no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, para realizar oitivas com cinco detentos que foram presos por envolvimento nesses esquemas.
Já em reunião no dia 22 de setembro, os parlamentares determinaram a prisão de dois empresários que prestaram depoimentos: Sérgio David, representante da Associação Rio Ben Benefícios, e Thiago Menezes, presidente da empresa de proteção veicular Êxodos.
Os integrantes da CPI também já realizaram oitivas com representantes das empresas de câmeras de segurança, como a Gabriel Tecnologia. Durante reunião do colegiado, no dia 11 de agosto, a Secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento da capital fluminense informou que a empresa tem até o fim deste ano para retirar mais de 400 câmeras instaladas em vias públicas do município devido a irregularidades como obstrução de vias.
Prorrogação dos trabalhos
A CPI das Câmeras poderá ser prorrogada por mais 60 dias. O prazo inicial para a conclusão dos trabalhos do colegiado se encerraria no próximo dia 22. A ampliação até dezembro, deliberada durante reunião da comissão na segunda-feira (06), precisa ser referendada em votação pelo plenário da Alerj.
O presidente da comissão, deputado Alexandre Knoploch (PL), informou que o grupo ainda precisa analisar muitas informações oriundas da quebra de sigilos bancários.
— Vou disponibilizar as informações a todos os integrantes do colegiado para que possamos nos debruçar nos relatórios. Já estamos com material robusto para elaborarmos o relatório final e encaminharmos as denúncias à Justiça — declarou o parlamentar.
A comissão é composta ainda pelos deputados Marcelo Dino (União), vice-presidente do grupo; Luiz Paulo (PSD); Filippe Poubel (PL), que atua como relator; Professor Josemar (PSol); Rodrigo Amorim (União), Alan Lopes (PL), Renan Jordy (PL), Thiago Rangel (PMB) e Sarah Pôncio (SDD).
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