Imagem de Bancada da oposição quebra acordo e pedido de empréstimo de R$ 2 bilhões não é votado por falta de quórum

Ao que tudo indica, a "chamada" que o líder da oposição na Bahia, ACM Neto (União Brasil), deu nos parlamentares de sua bancada na Assembleia Legislativa parece ter surtido efeito. 

Como mostrou este Política Livre na última segunda-feira, ACM Neto cobrou uma atuação mais incisiva dos deputados durante reunião de alinhamento do grupo. A cobrança de Neto foi interpretada como um recado claro da insatisfação do cacique do União Brasil com a performance do líder da bancada, Tiago Correia (PSDB), que nos bastidores também vinha sendo alvo de críticas dos seus próprios colegas por conta dos constantes acordos com a bancada do governo para votação de projetos de interesse do Executivo. 

Coincidência ou não, assim que foi aberta a sessão desta quarta-feira (26), o deputado Sandro Régis (União Brasil) pediu verificação de quórum, o que gerou reações dentro da própria oposição. O colega de bancada Samuel Júnior (Republicanos), que conduzia a sessão até a chegada da presidente Ivana Bastos (PSD), lembrou o colega sobre a existência de um acordo para que não houvesse pedido de verificação de quórum no Pequeno Expediente. No momento da obstrução, o líder Tiago Correia não estava presente no plenário. 

Na sessão desta quarta deveria ser votado o pedido de empréstimo de R$2 bilhões, cuja urgência foi votada na semana passada. Além disso, havia pretensões em votar as urgências de outros dois pedidos de empréstimos enviados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) à Casa: um de R$300 milhões e outro de R$650 milhões. Este último, o 22o pedido da mesma natureza, começou a tramitar nesta terça-feira. 

Como o Pequeno Expediente é o horário destinado às representações partidárias, o acordo que existia até aqui era que esse horário seria usado para as discussões em plenário. Os deputados que não estão inscritos para discursar, normalmente, começam a adentrar o plenário após a abertura da sessão, às 14h45. 

Reações 

Com a quebra do acordo, os deputados da base do governo não chegaram a tempo da contagem do quórum e a sessão "caiu".

"É uma quebra de acordo. Eu estou no meu quarto mandato aqui e nunca vi verificação de quórum no Pequeno Expediente. Os deputados estão chegando aqui no horário que sempre chegaram, três e pouco da tarde. Então, na próxima semana, a gente vai começar a chegar às 14h40, a sessão abre às 14h45. Nós temos uma maioria absoluta e estamos muito tranquilos com isso", afirmou a presidente Ivana Bastos. 

Na mesma linha, o líder do governo Rosemberg Pinto (PT) também externou supresa em conversa com a imprensa. 

"Desde que cheguei nessa Casa, o pedido de verificação de quórum só deve ser pedido a partir das 15h30. E hoje o deputado Sandro Régis pediu uma verificação antes das 15h, ou seja, logo no início da sessão, o que acabou inviabilizando a sessão de hoje. Mas regimentalmente existe isso. Agora foi uma quebra de um acordo que nós que estamos nessa Casa, pelo menos eu há 16 anos, e isso nunca aconteceu. Mas é natural. Nós vamos conversar para ver como internamente vamos tratar essa questão", disse o líder.

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