A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13/11), a “Operação Worms 2 – Não Seja um Laranja”, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa especializada em fraudes bancárias, estelionato majorado, furto qualificado e lavagem de dinheiro. As ações ocorrem em Salvador e Vitória da Conquista, com o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão, 23 medidas cautelares e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal.

De acordo com a PF, o grupo utilizava contas de terceiros — os chamados “laranjas” — para movimentar valores ilícitos obtidos em golpes contra a Caixa Econômica Federal e outros bancos. A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, iniciativa que reúne esforços de cooperação entre a Polícia Federal e o sistema bancário no combate a fraudes eletrônicas.

As investigações tiveram início a partir das operações Worms e Não Seja um Laranja, ambas realizadas em 2022, que revelaram que o grupo criminoso havia ampliado o esquema, passando a empregar mecanismos mais sofisticados de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os suspeitos usavam instituições de pagamento, plataformas de apostas online e criptoativos para disfarçar a origem dos recursos.

Relatórios de inteligência financeira apontaram movimentações superiores a R$ 6,9 milhões entre 2023 e 2024, com projeção de até R$ 20,9 milhões em cinco anos. Há indícios de que parte desses valores tenha ligação com o tráfico de drogas, reforçando a conexão da quadrilha com outras atividades ilícitas.

Além dos mandados, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros dos investigados, com o objetivo de descapitalizar o grupo. Os crimes apurados incluem associação criminosa, furto qualificado, estelionato majorado e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão.

A Polícia Federal alerta que ceder ou emprestar contas bancárias para movimentar valores ilícitos é crime e contribui para o financiamento de organizações criminosas.