O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) divulgou uma nota de esclarecimento após a suspensão da sessão do Tribunal do Júri que julgaria o homicídio da cantora gospel Sara Mariano. A Corte negou qualquer responsabilidade pela interrupção do julgamento e afirmou que a paralisação ocorreu exclusivamente por decisão da defesa dos réus.
De acordo com o TJ-BA, a sessão estava regularmente marcada, com toda a estrutura necessária previamente organizada e dentro das condições legais. A segurança do local também foi garantida: 17 policiais militares e cinco viaturas estavam mobilizados para acompanhar o júri, afastando qualquer alegação de risco ou falta de suporte.
O tribunal destacou que jamais houve decisão judicial determinando que o julgamento fosse realizado na Câmara Municipal de Dias d’Ávila, como chegou a ser divulgado. Toda a condução do processo, garante a Corte, "seguiu rigorosamente os princípios do devido processo legal, assegurando ampla defesa, contraditório e pleno exercício de direitos às partes envolvidas".
Segundo o TJ-BA os questionamentos sobre eventual inadequação da estrutura deveriam ter sido apresentados previamente e de forma fundamentada ao juízo responsável. A Corte criticou a postura dos advogados, afirmando que a interrupção unilateral de um ato processual tão relevante quanto o Tribunal do Júri configura “ato atentatório à dignidade da Justiça”.
Diante da atitude da defesa, o juiz do caso determinou o envio de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que avalie a conduta dos profissionais envolvidos.
O TJ-BA reforçou ainda seu compromisso com a realização de um julgamento “justo, imparcial e transparente”, reiterando que todas as providências serão tomadas para assegurar o andamento regular do processo, em respeito à memória da vítima e ao direito da sociedade à Justiça.
A Corte também rejeitou veementemente qualquer tentativa de atribuir ao Judiciário a responsabilidade pelo adiamento da sessão, reafirmando que a suspensão se deu unicamente por iniciativa das defesas.
Uma nova data já foi definida: o julgamento foi redesignado para o dia 24 de fevereiro de 2026, no Fórum da Comarca de Dias d’Ávila.
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