Com medo de perder o apoio do senador Angelo Coronel (PSD) à reeleição de Jerônimo Rodrigues (PT) por causa da exclusão de seu nome da chapa governista, a articulação política do governador tenta reacomodá-lo por meio de um pacote de compensações que inclui da oferta da vaga de vice a seu filho Diego Coronel (PSD), hoje deputado federal, a outros cargos eletivos no grupo.
Retomando uma ideia que havia sido lançada ainda no ano passado, quando a discussão sobre a montagem da chapa do governo se iniciou pela primeira vez, o plano seria substituir Diego pelo senador na corrida à Câmara dos Deputados e assegurar a reeleição de Angelo Coronel Filho (PSD) a deputado estadual, apoiando-o, em seguida, na eleição para a presidência da Casa.
O PT, partido do governador, trata como fato consumado a substituição de Coronel em uma das duas vagas para o Senado na chapa de Jerônimo pelo nome do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), desde que o senador Otto Alencar, que controla o PSD, resolveu indicar o filho, o deputado federal Otto Filho (PSD), para o cargo de conselheiro Tribunal de Contas do Estado.
Nos meios políticos, a negociação foi vista como uma declaração clara de adesão de Otto ao projeto de reeleição de Jerônimo que desprezou os planos do amigo e correligionário de forçar sua manutenção na chapa como candidato à reeleição ao Senado. "Otto tratou de resolver seu problema deixando Coronel para trás", disse sob sigilo uma fonte do governo ao comentar a operação.
Por este motivo, Coronel admitiu hoje com exclusividade a este Política Livre que pode, inclusive, concorrer à reeleição de forma avulsa, o que facilitaria uma aliança informal com o candidato a governador das oposições, ACM Neto (União Brasil), num processo que pode acabar atrapalhando os planos de reeleição especialmente de Jaques Wagner (PT), considerado o mais fraco dos candidatos a senador na chapa governista.
“Não posso ficar com quem não me quiser”, resumiu Coronel, ao comentar a possibilidade de concorrer de forma 'desgarrada'. Segundo aliados do senador, ele também não aceita o "pacotaço" que a articulação política do governo tem ofertado, sob o argumento de que a candidatura à reeleição não lhe pertence, mas aos prefeitos da Bahia, aos quais tem dedicado o mandato de senador.
Por causa da relação com os prefeitos, o senador tem dito que não sai com menos de 25% das eleições do ano que vem, motivo também porque não aceita discutir a proposta de compensação que o governo tem feito a ele. O risco de que atrapalhe a reeleição de Wagner é um dos motivos porque o governo tenta manter o senador na base, apesar de ter tirado o direito à reeleição no grupo.
Fonte:Politica Livre
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