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A Polícia Federal (PF) apontou o senador Weverton (PDT-MA), vice-líder do governo Lula no Senado, como beneficiário final de operações financeiras de uma organização criminosa investigada no esquema da farra do INSS, que envolve descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. A fraude foi revelada pelo Metrópoles.

De acordo com a corporação, o senador atuava como beneficiário final do esquema, recebendo recursos desviados por meio de assessores parlamentares.

Os investigadores citaram, ainda, que localizaram, em fases anteriores da Operação Sem Desconto, mensagens entre Alexandre Caetano, contador de empresas do Careca do INSS, e o economista Rubens Oliveira Costa, além de um arquivo em Excel intitulado “Grupo Senador Weverton”.

Para a PF, o enriquecimento do Careca, hoje preso, foi viabilizado por suporte político que teve participação do vice-líder do governo Lula.

Weverton foi alvo de busca e apreensão pela PF na manhã desta quinta-feira (18/12). Investigadores solicitaram a prisão do parlamentar, mas o pedido foi indeferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, relator do caso.


Farra do INSS

  • A chamada “Farra do INSS” tornou-se pública em dezembro de 2023, após o Metrópoles denunciar o aumento drástico das arrecadações de associações com descontos indevidos aplicados a aposentados — montante que chegou a R$ 2 bilhões em um ano.
  • As entidades respondiam a milhares de processos por filiações fraudulentas.
  • As revelações levaram à abertura de inquérito da Polícia Federal (PF) e abasteceram investigações da Controladoria-Geral da União (CGU).
  • A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano, resultou na demissão do então presidente do INSS e do ministro da Previdência à época, Carlos Lupi. No total, 38 reportagens do Metrópoles foram citadas pela PF na representação que originou a operação.

Durante o cumprimento dos mandados, agentes apreenderam armas, dinheiro, carros de luxo, relógios importados, joias e outros bens de alto valor, adquiridos, segundo as investigações, com recursos desviados do esquema.

Entre os itens recolhidos, estão veículos de marcas premium, como Volvo, além de relógios estrangeiros. As apreensões ocorreram em diferentes estados e no Distrito Federal. Um dos endereços é o do Senador Weverton (PDT-MA).

Em nota, o Ministério da Previdência Social e o INSS informaram que “permanecerão contribuindo ativamente com as investigações e atuando para recuperar os recursos desviados por esse esquema que começou no governo anterior, mas foi interrompido neste governo”.

O procurador federal Felipe Cavalcante e Silva, consultor jurídico do ministério, assume a função de secretário-executivo.

O que diz Weverton

Em nota, o senador Weverton Rocha informou que seguie exercendo seu mandato “com serenidade e colaborando para o esclarecimento dos fatos”.  Leia a nota na íntegra:

“Confio plenamente nas instituições e no Estado Democrático de Direito, reafirmando meu respeito ao trabalho da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal.
Ressalto que a decisão da Corte é clara ao reconhecer a ausência de provas que me vinculem a práticas ilícitas ou ao recebimento de recursos irregulares. Relações profissionais de terceiros não podem ser usadas para me imputar responsabilidade sem fatos concretos.
Sigo exercendo meu mandato com serenidade e colaborando para o esclarecimento dos fatos, certo de que a verdade prevalecerá e minha inocência será plenamente reconhecida”.

Operação

As medidas foram autorizadas pelo STF. Outro alvo da operação é o advogado Eric Douglas Martins Fidelis (segundo à esquerda na foto), filho do ex-diretor de Benefícios do INSS em 2023 e 2024, André Fidelis, que já foi preso pela PF em outra fase da operação.

No total, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal.

A ação é realizada em conjunto pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Fonte:Metrópoles