Cabo Benê, chefe da milícia morto pela força-tarefa, teria fuzilado homem a mando de Ecko

 

Cartaz de procurado do Cabo Benê: miliciano foi morto em confronto com policiais
Cartaz de procurado do Cabo Benê: miliciano foi morto em confronto com policiais Foto: 

Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê — um dos 12 mortos no confronto entre policiais e milicianos na noite de quinta-feira, dia 15, na BR-101, em Itaguaí — escondia um comportamento violento por trás do perfil discreto. Apontado como um dos chefes da milícia e homem de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, o miliciano mais procurado do Rio, Cabo Benê teria dado um tiro de fuzil no rosto de um homem que havia usado o nome de Ecko para cobrar pagamentos de taxa de segurança sem autorização.

Força-tarefa no Rio:

A informação consta de um depoimento prestado à Polícia Civil por André Vitor de Souza Corrêa, o Dufaz, comparsa dos milicianos. O relato de Dufaz foi fundamental para a condenação do o sargento Antônio Carlos de Lima, o Toinho, comparsa de Benê, e outros 25 integrantes da milícia de Itaguaí em maio deste ano. Benê, foragido, ainda não havia sido julgado. Em 28 de fevereiro de 2019, sete dias após a primeira audiência do processo, Dufaz foi executado pela milícia.

Segundo o depoimento que foi a sentença de morte de Dufaz, Toinho e Benê chefiavam todas as atividades da milícia “como extorsões, aquisições de armas de fogo, munições e equipamentos, aquisição de veículos clonados, participando de todas as decisões tomadas”. Segundo a investigação da Polícia Civil que terminou na condenação do sargento, os dois replicaram o modelo da milícia de Campo Grande em Itaguaí, na Baixada, cobrando taxas de moradores, matando adversários e explorando a venda de gás, gatonet e transporte alternativo.

Comboio da milícia foi interceptado em Itaguaí
Comboio da milícia foi interceptado em Itaguaí Foto: Reprodução

Doze mortos no comboio da milícia

A força-tarefa da Polícia Civil, criada para combater a ação de milícias na Baixada Fluminense, realizou mais uma ação, nesta quinta-feira. Desta vez, o grupo, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), interceptou um comboio de milicianos na altura do posto da PRF da Rio-Santos, em Itaguaí. Na ação, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em ação conjunta com e da PRF, foram atacados pelos suspeitos, que portavam fuzis, metralhadoras e pistolas. Doze suspeitos morreram no confronto.

De acordo com delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, o comboio era formado por milicianos ligados a Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera. Eles vinham sendo monitorados há cerca de 15 dias pelo serviço de inteligência da força-tarefa, que apurou a frequente movimentação de criminosos em uma rota que liga a Zona Oeste à Baixada.

— Antes de chegar à PRF, tem um desvio. Para não passar em frente ao posto, eles desviavam por essa via secundária. Chegamos a montar quatro ou cinco operações dessas, mas só hoje aconteceu. Na hora que eles pegaram a bifurcação, nós fechamos a via secundária e eles ficaram encurralados — relata Oliveira.

Na noite de quarta-feira, em operação na região conhecida como Km 32, em Nova Iguaçu, a força-tarefa foi recebida com tiros de fuzil. Foram confirmadas cinco mortes no local. Houve apreensão de cinco pistolas semi-automáticas, uma réplica de fuzil, fardas militares, colete balístico, rádio comunicador e três veículos.A operação, realizada por policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tinha o objetivo de verificar informações de inteligência oriundas da Subsecretaria de Inteligência (SSINT), que davam conta de uma reunião com pelo menos 40 criminosos armados no local, sendo todos ligados à milícia. Ecko e Tandera teriam estado no local.

 

 

Fonte:Extra o Globo

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