Cabo eleitoral morta a tiros no Rio denunciou secretária de Saúde de Magé

 

Renta com os dois filhos
Renta com os dois filhos Foto: Reprodução

Uma aliada do clã Cozzolino — família que permaneceu à frente da Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, por quase duas décadas — foi morta a tiros na manhã de ontem, cerca de 12 horas após fazer um vídeo onde dizia ter sofrido ameaças. Renata Castro, de 38 anos, afirmou que estava sendo coagida pelo vereador Clevinho Vidal (PCdoB). A vítima estava na porta de casa, no bairro Fragoso, quando foi executada com ao menos 15 tiros.

Segundo reportagem do RJ2, da Globo, a denúncia apresentada por Renata Castro na PF de Niterói, na quinta-feira, era relacionada à secretária de Saúde de Magé, Carine Tavares, presa nos mês passado suspeita de integrar esquema que teria desviado R$ 9 milhões do SUS. De acordo com o documento, Carine continuava dando ordens no Centro de Tratamento da Covid-19 no município

Ainda segundo a denúncia apresentada por Renata, a preocupação de Carine era com o uso de maior quantidade de material e equipamentos, para aumentar os gastos da prefeitura com os fornecedores.

Em vários vídeos, Renata faz ataques ao prefeito de Magé, Rafael Tubarão, e outros políticos. Em um deles, a cabo eleitoral aparece num local que ela chama de Buraco da Onça e mostra a unidade vazia. Na gravação, ela diz que o prefeito “leiloou o município”.

A DHBF está investigando o caso, com o auxílio da 65ªDP (Magé), delegacia da área onde ocorreu o assassinato. O carro de onde teriam partido os disparos foi achado num ferro-velho no bairro Ponte Preta. Renata deixa duas filhas. Uma delas fez aniversário no dia do assassinato da mãe.

No vídeo publicado na quinta-feira, Renata aparece na frente da PF, em Niterói, após fazer uma denúncia, e acusa Clevinho Vidal de ameaçá-la:

“Não adianta me ameaçarem de morte. Hoje teve dois cidadãos que foram, né Clevinho... Você foi hoje ao prédio me ameaçar, me coagir”.

Em outro vídeo divulgado na última semana, Renata diz que o empresário e vereador Felipe Alves Pires, o Felipe da Gráfica (PTB), marido da secretária municipal de Saúde de Magé, Carine Ferreira Nogueira Tavares, que está presa por desvio de verbas na saúde, teria a ameaçado.

Os crimes políticos cresceram na Baixada. Este mês, conforme adiantou o EXTRA, a Polícia Civil criou uma força-tarefa após uma série de denúncias recebidas pelo TRE-RJ e dos assassinatos de dois candidatos a vereador, num intervalo de menos de 15 dias. As mortes teriam relação com narcomilícias. No último dia 9, o candidato a vereador pelo DEM, Domingos Barbosa Cabral, de 57 anos, foi morto a tiros, no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu. Antes, no dia 1º, Mauro Miranda da Rocha, de 41 anos, também candidato a vereador em Nova Iguaçu, pelo PTC, foi morto a tiros no Bairro Rancho Fundo.

Após os crimes, policiais da força-tarefa mataram 12 suspeitos num confronto contra a milícia em Itaguaí, no dia 15. Entre os mortos estava o ex-PM Carlos Benevides Gomes, o Cabo Benê, ligado a Tandera, braço direito de Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do estado.

 

Fonte:Extra 

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