Estado de SP registra média de 421 mortes diárias por Covid-19, novo recorde desde o início da epidemia

 Covas abertas no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, na tarde de sábado (13) — Foto: VILMAR BANNACH/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O estado de São Paulo registrou nesta quarta-feira (17) média móvel diária de 421 mortes pela Covid-19, um novo recorde desde o início da epidemia. O valor é 62% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica forte tendência de alta. O indicador, que considera os registros dos últimos sete dias, já está em tendência de alta há 16 dias seguidos no estado.

Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior do que o registro diário, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia.

O recorde anterior havia sido batido nesta terça-feira (16), quando a média móvel de mortes foi de 400 por dia. Durante o primeiro pico da doença em 2020, os maiores valores de média móvel de mortes não passavam de 270.

Nesta quarta, foram contabilizadas 617 novos óbitos em 24 horas, elevando o total para 65.519. O estado teve ainda 17.942 novos casos da doença confirmados nas últimas 24 horas. No total, São Paulo chegou a 2.243.868 casos de Covid-19 confirmados desde o início da epidemia. Nesta terça (16), o estado registrou o maior número de mortes em um só dia, 679.A média móvel de casos também foi recorde nesta quarta-feira, chegando a 13.472 por dia. O valor 42% maior do que o verificado 14 dias atrás também indica tendência de alta.

Em coletiva de imprensa neta quarta, o governador João Doria (PSDB) anunciou pacote de medidas econômicas para comerciantes, mas não foram criadas novas restrições de circulação no estado além das que já estão em vigor na fase vermelha emergencial. Mais cedo, Doria havia afirmado que endureceria as regras da quarentena diante diante do cenário "dramático e gravíssimo" da saúde, mas depois recuou.

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Hospitais em colapsoLeitos do Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia, que atende pacientes com a COVID-19 no município de Santo André, na Grande SP, em março de 2021. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDOLeitos do Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia, que atende pacientes com a COVID-19 no município de Santo André, na Grande SP, em março de 2021. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

A ocupação geral de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nas redes pública e privada está em 89,9% no estado e em 90,6% na Grande São Paulo.

No entanto, 67 municípios já registram 100% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19, segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. O total corresponde a pouco mais de 10% das cidades paulistas, já que o estado tem 645 municípios.

Na terça-feira (16), foram registradas 24.992 pessoas internadas no estado, sendo 10.756 em UTIs e 14.236 em enfermaria. O número total de internados vem batendo recordes todos os dias desde 27 de fevereiro.

Especialistas alertam para a possibilidade de colapso do sistema, já que a capacidade de criação de leitos, especialmente de UTI, é limitada.

Levantamento feito pelo G1 e pela TV Globo aponta que ao menos 77 pessoas com Covid ou suspeita da doença morreram na fila de espera por leito de UTI no estado.

O colapso da saúde também atinge a rede particular da capital paulista. Nesta terça, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que os hospitais privados estão solicitando leitos do SUS porque não conseguem atender a demanda. “Algo inédito”, afirmou Aparecido.

O Hospital Israelita Albert Einstein afirmou nesta quarta que bateu recorde de internações por Covid-19. Segundo o hospital, 261 pacientes estão internados, sendo 125 em leitos de UTI e 54 entubados em ventilação mecânica.

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G1

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