Traficantes armados invadem necrotério do RJ para sequestrar mulher

https://s2-extra.glbimg.com/bnit3kKPfvNENH-9eMNlmWp3Yac=/0x0:809x563/888x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2025/C/Y/ENQgrGRki06sMKxy9g2Q/ss.jpg

Era sexta-feira 13, no mês passado, quando o Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi invadido por traficantes armados. No início da tarde, os criminosos entraram no local para sequestrar uma mulher que fugia e pedia socorro. Por alguns minutos, servidores e usuários do serviço do Instituto Médico-Legal (IML) ficaram sob a mira de armas, em um episódio que aterrorizou e chocou os moradores da região. O cemitério, que costuma registrar grande movimento por conta dos sepultamentos, está localizado no Parque Beira Mar, em frente à comunidade Vila Operária, área dominada pelo Comando Vermelho (CV).

Segundo o depoimento de um servidor que estava no IML no momento da invasão, tudo começou quando uma mulher entrou no cemitério gritando por socorro e dizendo que iam matá-la. Ela estava segurando um bebê de colo quando chegou no local. No momento que viu a confusão, o homem ligou para seus superiores e solicitou reforço da polícia com urgência.

O servidor do IML contou que, no meio da confusão, a própria vítima revelou que estava ameaçada de morte porque o companheiro teria trocado de facção e saído do CV para integrar a Comunidade do Barro Vermelho, que é do Terceiro Comando Puro (TCP).

De acordo com o relato feito à polícia, os criminosos estavam em apenas uma moto quando a mulher chegou no cemitério. Ao perceber que ela foi buscar ajuda, eles sumiram e retornaram após cinco minutos com outras quatro motocicletas e mais oito bandidos, todos com armas de fogo. Em depoimento à polícia, o homem que trabalha no local contou que teve uma arma pistola apontada para sua cabeça.

Enquanto alguns criminosos abordavam a mulher, cinco pessoas — entre servidores e moradores que estavam no local em busca de uma certidão de óbito — foram rendidas pelos traficantes. Segundo o relato da testemunha, os criminosos puxaram a mulher pelos cabelos, entregaram o bebê ao tio dela, que também estava no local, e a levaram embora.

Assim que os traficantes saíram, o servidor do IML conseguiu levar as demais vítimas para uma sala de serviço, em busca de abrigo. Em depoimento, ele afirmou que conseguiu trancar a sala, onde todos permaneceram com medo de que os traficantes retornassem.

O grupo ficou na sala trancada até a chegada de duas viaturas da Polícia Civil. Mais tarde, uma viatura da Polícia Militar também ficou no local para garantir a segurança.

Apesar de ser bem em frente a comunidade, a gente nunca havia visto isso por aqui — comentou uma mulher que trabalha próximo ao IML e não quis se identificar — As pessoas ficaram muito assustadas com o que aconteceu. Os traficantes vieram fortemente armados para levar a menina. Ela correu para solicitar ajuda e mesmo assim eles conseguiram levá-la. Todo mundo ficou chocado e o clima só melhorou depois que as viaturas da polícia chegaram — narrou ela.

Depois que a PM fez um cerco no entorno da comunidade, eles informaram ao servidor do IML que a mulher sequestrada foi liberada. Ela foi encaminhada para a delegacia e prestou depoimento. A investigação está em andamento na 59º DP (Duque de Caxias).

Em comunicado enviado pelo diretor do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de Duque de Caxias ao Departamento Geral, o perito narrou o ocorrido e relatou que os criminosos ameaçaram os servidores, os deixando "subjugados, sob a mira de armas de fogo". O diretor também solicitou a transferência do IML para outro endereço.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que diligências estão em andamento para identificar e responsabilizar criminalmente os envolvidos. 

Extra o Globo

Postar um comentário

0 Comentários