Apontado pela Polícia Civil fluminense como um dos chefes do tráfico do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, Edmilson Marques de Oliveira, o Cria ou Homem de Ferro, foi baleado e morreu nesta sexta-feira, durante uma operação da Polícia Civil no conjunto de favelas. Segundo a polícia, duas pessoas foram presas, um fuzil, duas pistolas, munição, carregadores, coletes balísticos e drogas foram apreendidos na ação. Cria é da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e, de acordo com o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, era um criminoso "sanguinário, cruel e arisco". Ele tinha 222 anotações criminais e três mandados de prisão expedidos pela Justiça — o mais recente de 25 de abril deste ano, pela 19ª Vara Criminal.
— Ele era um narcoterrorista sanguinário, responsável por dezenas de homicídios no Complexo da Maré. Ele era perigoso e muito desconfiado. Se ele desconfiasse da pessoa, ele mesmo matava — disse Curi em entrevista coletiva. — Era o homem da guerra, que planejava as invasões e fornecia armamentos — completou.
De acordo com as investigações, ele é apontado como um dos três pilares do Terceiro Comando Puro no Complexo da Maré. Para tentar evitar a ação das forças de segurança, uma granada foi lançada em direção à Linha Amarela. O Esquadrão Antibomba da Core foi acionado e removeu o artefato explosivo, evidenciando as ações terroristas dos criminosos que não tem apreço com a vida da população.
O secretário afirmou que Cria era monitorado pela polícia há dois meses. O criminoso, diz Curi, era um dos "donos do Complexo da Maré no que tange ao TCP". E dava apoio logístico à guerra expansionista da facção travada em comunidades como o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e o Morro do Fubá, no Campinho.
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 Cria foi morto dentro de uma casa da Vila dos Pinheiros, uma das comunidades do complexo dominadas pelo TCP. A casa fica ao lado de uma creche. Segundo a polícia, ele resistiu e atacou os agentes. O bandido é apontado numa investigação da Delegacia de Homicídios da Capital como um dos cinco traficantes responsáveis pela morte de dois PMs do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em 11 de junho de 2024, na Vila do João, na Maré. Na ocasião, os policiais foram emboscados a tiros por bandidos quando faziam uma busca em uma casa.
— Já estávamos realizando um monitoramento em cima deste marginal há cerca se 60 dias, um monitoramento intenso de inteligência. Hoje, nós percebemos uma movimentação atípica de vários marginais no Complexo da Maré. A gente sabia que eles já tinham feito investidas, no início da semana, para tentar retomar o Morro dos Macacos. Quem estava dando todo apoio logístico, inclusive deixando o Complexo da Maré à disposição dos integrantes do TCP que estavam por trás da tentativa de invasão, era o Cria — disse o secretário.
De acordo com as investigações, os criminosos estavam levando o tráfico de drogas para próximo das escolas com o objetivo de afastar ações policiais. Também foi divulgado que, segundo informações de inteligência, os traficantes estão escolhendo imóveis próximos a unidades de saúde e de educação.
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 A ação foi deflagrada por homens da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Coordenadoria de Recursos Especiais, Subsecretaria de Inteligência e Departamento Geral de Polícia Especializada. Durante a ação, houve tiroteio e bandidos chegaram a fechar a Linha Amarela. Segundo o apurado pelos agentes, bandidos se reuniram para atacar o Morro dos Macacos, que é dominado pelo Comando Vermelho. Para evitar o confronto, as equipes seguiram para a Maré. Um helicóptero da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) sobrevoa o conjunto de favelas.
Durante toda a manhã, a Linha Amarela teve interdições por questões de segurança. A primeira ocorreu no sentido Fundão, na altura da Vila do João, foi realizada pelo Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e durou 13 minutos. A segunda foi no sentido Barra da Tijuca, na altura do acesso 10A (Linha Vermelha), quando os próprios usuários pararam o tráfego por alguns minutos.
Fonte:Extra O Globo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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