Após fugir do Brasil, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou estar "seguro" nos Estados Unidos com a "anuência" do governo de Donald Trump.
Ramagem falou sobre a fuga pela primeira vez. "Hoje estou seguro aqui, com a anuência e o conhecimento do governo americano", disse neste sábado (22) em entrevista ao Conversa Timeline, programa comandado pelo blogueiro Allan dos Santos, também foragido da Justiça brasileira desde 2021.
O deputado disse ser vítima de "grave perseguição" e criticou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. "É lógico que eu não ia ficar no Brasil, com as minhas filhas me vendo ser preso sem ter cometido crime algum e sofrendo diante de uma ditadura", declarou.
O parlamentar disse ter sido "abraçado" pelo governo Trump. Também afirmou que a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) foi a "conclusão de toda essa canalhice" e "consumação de toda a perseguição política".
Neste domingo (23), a esposa do deputado, Rebeca Ramagem, postou um vídeo nas redes sociais sobre a fuga do marido para os Estados Unidos. No vídeo, o deputado aparece recebendo a família em um aeroporto.
Rebeca disse que chegou aos Estados Unidos há uma semana. "Desembarquei com minhas filhas nos EUA com um único propósito: proteger a minha família", escreveu. Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal e é considerado foragido.
"Temos enfrentado uma perseguição política desumana", diz o post. Rebeca afirmou que não há garantia de justiça imparcial no Brasil e alegou que o marido é vítima de lawfare —a instrumentalização do sistema judicial contra adversários políticos.
"Iniciamos agora uma nova jornada —e, como sempre, seguiremos unidos! Mantemos a esperança de um dia voltar a um Brasil onde a escolha político-ideológica não seja tratada como crime, e onde a liberdade de pensar e expressar ideias não se torne motivo de condenação", disse.
Ramagem fugiu para os EUA em setembro. Uma reportagem publicada pelo site PlatôBR mostrou o deputado em um condomínio de luxo de Miami com a esposa. Moraes decretou a prisão do parlamentar, condenado no processo da trama golpista, após pedido da Polícia Federal.
Ele saiu do país clandestinamente. Segundo apurou a colunista do UOL Carla Araújo, a investigação da PF aponta que o deputado teria deixado o Brasil por Boa Vista, capital de Roraima, e seguido para os Estados Unidos provavelmente pela Venezuela ou Guiana.
A Câmara dos Deputados informou que não autorizou missão do parlamentar no exterior. Segundo a Casa, ele apresentou atestados médicos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não se manifestou sobre o assunto.
Fonte:Politica Livre
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