O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mantém a resistência ao nome de Jorge Messias para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso na Corte.
Messias foi indicado por Lula na semana passada para integrar o tribunal.
A escolha enfureceu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que articula para derrotá-lo no plenário da Casa.
Segundo integrantes do próprio Senado, do governo Lula e do STF, ele conta para isso com o apoio de Moraes.
Questionado, diretamente e por meio da assessoria do Supremo, o magistrado não respondeu à coluna.
Ministros do STF que antes manifestavam preferência por outros candidatos à vaga dizem que, diante da indicação de Lula, não faz mais sentido se opor ao nome de Messias.
Alguns o elogiaram abertamente, como o ministro Gilmar Mendes, e outros, como André Mendonça, passaram a fazer campanha aberta para que ele seja aprovado no Senado.
Com isso, Moraes ficou isolado.
Um magistrado afirma acreditar ser questão de tempo, no entanto, para que ele "volte à razão", já que a rejeição de Messias no Senado levaria a uma crise sem precedentes entre o governo Lula e o legislativo.
"O presidente tem a prerrogativa de fazer a indicação. É possível tentar convencê-lo antes dela. Mas, uma vez feita a escolha, é preciso respeitá-la", diz o mesmo ministro.
Caso Messias seja derrotado, seria a primeira recusa do Senado em 131 anos de República. Em 1894, cinco indicações do governo de Floriano Peixoto foram rechaçadas.
O nome preferido de parte do STF para o lugar de Barroso, que se aposentou em outubro, era o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O desejo de que ele fosse o escolhido foi manifestado claramente, por exemplo, pelo ministro Gilmar Mendes, que antes mesmo da saída de Barroso afirmou à coluna: "A Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente. E o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos".
Em um jantar com Lula, Gilmar, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, deixaram claro que tinham preferência por Pacheco.
Na ocasião, o presidente afirmou que eles iriam gostar da pessoa escolhida. Como não disse que era Pacheco, todos concluíram que seria mesmo Messias o nome indicado.
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