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A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira, ter identificado um integrante do Comando Vermelho realizando um “intercâmbio” na Ucrânia para aprender técnicas de guerra. Segundo a corporação, Philippe Marques Pinto, de 29 anos, viajou ao país “com o objetivo de adquirir conhecimentos militares e técnicas terroristas de combate para serem utilizados contra as forças de segurança do Rio de Janeiro”. A Ucrânia e a Rússia vivem uma guerra desde 2022. A investigação, conduzida pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), é divulgada na mesma semana em que foi revelado que o governador Cláudio Castro entregou ao governo Trump um relatório pedindo que o Comando Vermelho seja alvo de sanções antiterrorismo.
De acordo com a polícia, Marques Pinto seria ligado a Antônio Hilário Ferreira, o “Rabicó”, uma das principais lideranças da facção, considerado chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ele tem quatro mandados de prisão decretados pela Justiça.
Foram identificadas pelo menos três entradas de Philippe Marques Pinto na Europa. Ele viajou para fora do Rio em junho de 2023, junho de 2024 e setembro deste ano. Todos os voos saíram do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão.
Marques Pinto conseguiu sair do Rio sem dificuldades porque não tinha nenhum mandado de prisão em aberto. De acordo com a polícia, esta é a primeira vez que os investigadores conseguem confirmar a presença de um brasileiro na Ucrânia com vínculo comprovado com o tráfico.
Em uma das imagens obtidas pelos policiais, o criminoso aparece armado usando um uniforme militar com a bandeira da Ucrânia. Segundo a polícia, ele continua no país.
No Rio, técnicas já usadas em confrontos na Ucrânia se tornaram parte da estratégia de combate do tráfico. Na última semana, criminosos do CV usaram drones para lançar explosivos sobre forças policiais durante a megaoperação que deixou mais de 120 mortos.
Para atacar os policiais e rivais, as aeronaves do tráfico são equipadas com um acessório chamado dispensador, que pode ser acionado a distância para liberar cargas, permitindo o transporte e lançamento de explosivos.
No território ucraniano, porém, o conflito envolve armamentos de outro nível. O país recebe apoio militar dos Estados Unidos e de aliados, incluindo mísseis de longo alcance e equipamentos de guerra avançados.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) vai instaurar inquérito para investigar o caso. "O homem, que já tem anotações criminais por tráfico de drogas, vai responder também por apologia ao tráfico e associação para o tráfico", diz a Polícia Civil.
Extra o Globo
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