Crime da Paralela tem várias vertentes

Foram sepultados no início da tarde de ontem, os corpos de André Cintra Santos, 55 anos, e Matheus Braga Cintra, 20. Pai e filho foram executados na manhã da última sexta-feira, na Avenida Paralela, e, segundo informações da polícia, havia disputa de terras no local. Familiares e amigos das vítimas compareceram ao enterro, realizado às 14 horas, no Cemitério Jardim da Saudade, e prestaram as últimas homenagens.

Inconformados com a tragédia, parentes evitaram falar sobre o crime e apenas confirmaram a preocupação de André sobre a posse do terreno. Devido às circunstâncias do crime, a polícia trabalha com a hipótese de execução. Pai e filho foram atingidos com 18 tiros, dentro do veículo Fox branco, NYR-8075, dirigido por André. Os disparos foram efetuados por dois homens a bordo do veículo Gol prata, placa NTI-0217, que chegaram ao local atirando. As vítimas morreram na hora.
 
Testemunhas ainda contaram em depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que minutos antes do crime, pai e filho tinham ido ao terreno fotografar as cercas e uma placa do local, instalada pela Superintendência de Trânsito (Transalvador). De acordo com a placa, estava permitido estacionar no local, desde que não houvesse cobrança de taxas. Há alguns anos, André e o filho cobravam taxas de clientes para estacionar no terreno, situado próximo a uma casa de shows da Paralela.
 
As investigações do caso seguem sob responsabilidade do delegado Jesus Pablo Barbosa, do DHPP. Até o momento, a polícia preferiu não divulgar informações sobre o avanço das apurações para “não atrapalhar as investigações”. 
   
Outras ações - O inditoso André Cintra já havia sido notícia na imprensa, depois que o desembargador Carlos Alberto Cintra entrou com uma ação contra ele por difamação e calúnia. O desembargador alegou que “André não tinha nenhum parentesco com a tradicional família Cintra e estaria usando o sobrenome em benefício próprio”.  Nascido André Santos, este ingressou com uma ação de retificação de registro para mudar o nome para André Cintra, “passando a fazer alusões de ligações com o ex-presidente do TJB.
 
André também contrariou muitos interesses quando da “Operação Janus”, que investigava um esquema de corrupção envolvendo juízes e até desembargadores, tendo ocorrido inclusive a prisão de advogados e empresários, e afastamento de magistrados. Nessa “Operação”, André Cintra passou a ser chamado “Mister-X”, acusado de passar informações que envolvia juízes e desembargadores na venda de sentenças. TribunadaBahia

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