Na
noite desta sexta-feira (3), o governador Jaques Wagner fez um
pronunciamento em rede estadual de rádio e TV para apresentar as
providências que o Governo da Bahia adotou e está dando continuidade
para conter os atos de vandalismo que se espalharam pelo estado, a
partir da ação de uma associação não reconhecida de policiais
militares.
Entre
as medidas adotadas, reforçam a segurança pública estadual 2.350
militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Neste sábado (4), se
somarão a este contingente mais 600 homens. Wagner também conclamou
todos os profissionais da Policia Militar a retomarem a normalidade dos
seus trabalhos.
O
governador afirmou que as famílias baianas podem ficar tranquilas.
“Estamos tomando todas as providências para garantir a segurança dos
nossos cidadãos”. Segundo Wagner, o governo agiu imediatamente e com
todo rigor “para conter as ações de um grupo de policiais que, usando
métodos condenáveis e difundindo o medo na população, chegou a causar
desordem em alguns pontos do nosso estado”. Ele disse que não aceita que
“um pequeno grupo, de forma irresponsável, cometa atos de desordem para
assustar a população”.
De
acordo com o governador, a partir de uma solicitação direta à
presidenta Dilma Rousseff desembarcaram na Bahia, na quinta-feira (3),
os primeiros contingentes da Força Nacional de Segurança que, juntamente
com as Forças Armadas, já estão nas ruas para garantir a paz. “Não
esperava outra atitude da nossa presidenta Dilma, defensora da
democracia como eu”. Wagner disse que não se pode conviver com o
movimento decretado ilegal pela Justiça baiana e que 12 mandatos de
prisão foram emitidos.
Sobre
as negociações com as associações que têm legitimidade para representar
a corporação, o Wagner afirmou que o Governo sempre esteve aberto para o
diálogo. “Foi com democracia que garantimos conquistas importantes como
o aumento real do salário, investimos na compra de quase três mil
viaturas e mais de 9 mil homens foram incorporados ao efetivo policial”.
O
governador enfatizou ainda que os gestores estaduais, ele inclusive,
têm a consciência de que é preciso melhorar as condições de trabalho das
polícias. “Vamos seguir em frente trabalhando com muita determinação
para garantir a segurança pública e a tranquilidade do povo baiano”.
Para o governador, “a PM do estado da Bahia, centenária milícia de
bravos e defensora da paz, não pode se transformar num instrumento de
intimidação e desordem”.
Falta de investimento
Logo
após o pronunciamento do governador esta noite em cadeia de rádio e
televisão, o deputado federal ACM Neto afirmou que Jaques Wagner deveria
“pensar menos em ações midiáticas” e trabalhar mais para pôr fim à
greve dos policiais militares.
“Ele
(Jaques Wagner) deveria reconhecer que, desde que tomou posse, maltrata
os policiais Um exemplo do que estou falando é o empenho do governador
para impedir a aprovação da PEC 300, proposta que cria um piso nacional
para os policiais militares.”
ACM
Neto, que é líder do DEM na Câmara, afirmou ainda que o governador
aproveitou o seu pronunciamento para camuflar a falta de investimento na
segurança pública. "Outro detalhe que me chamou a atenção foi o fato de
o governador afirmar que um pequeno grupo é responsável pela
paralisação. Pergunto: por que então os policiais
não
estão nas ruas? Se o contingente grevista é tão pequeno, como disse o
governador, por que ele precisa chamar a Força de Segurança Nacional? É
evidente que Jaques Wagner perdeu totalmente o controle sobre a
situação", disse ACM Neto.
Segundo
o deputado, o governador demorou a agir. “No fundo, acho que ele não
acreditou na mobilização dos policiais. No primeiro dia do movimento,
ele deveria ter deixado a comitiva presidencial e retornado à Bahia.”
“Infelizmente, ele não fez isso e, hoje, a Bahia é notícia em todo o
mundo pelo caos na segurança pública, pelos arrombamentos
em lojas e outros estabelecimentos comerciais, pelo medo da população
de ir às ruas e pelo número absurdo de assassinatos”, disse o
parlamentar.
Bocão New
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