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Um homem suspeito de envolvimento na morte do empresário Paulo Grendene foi preso na manhã deste domingo (25), na cidade de Barreiras, oeste da Bahia. Ele é o sexto suspeito preso na Operação Bandeirantes, que investiga a morte do agricultor, que aconteceu em junho deste ano.
A Operação foi deflagrada na última quarta-feira (21), e cumpriu onze mandados de busca e apreensão, em três cidades o oeste da Bahia. Além disso, três policiais militares e dois empresários foram presos.
Segundo a Polícia Civil, o homem preso é um empresário e estava foragido. A polícia informou ainda que ele possui informações relevantes sobre a morte de Paulo Grendene, mas não deu maiores detalhes.
O suspeito vai prestar depoimento na sede da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) em Barreiras, onde vai permanecer custodiado. As diligências referentes a esse caso devem continuar.
A Operação Bandeirantes é um desdobramento da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de sentenças judiciais e grilagem de terras envolvendo a cúpula do Judiciário na Bahia.
Morto após denunciar esquema
Em junho deste ano, a vítima foi assassinada a tiros em uma emboscada, em Barreiras, após denunciar um esquema de grilagem.
O agricultor passava de carro pelo local quando foi interceptado por dois homens armados e encapuzados. A dupla disparou várias vezes contra a vítima, que morreu na hora.
Em 2020, Paulo denunciou à polícia que suas terras estavam sendo
invadidas por pessoas ligadas às organizações criminosas investigadas
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Paulo Antônio Ribas Grendene foi morto após denunciar esquema de grilagem investigado pela Operação Faroeste — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Operação Faroeste
A Operação Faroeste foi deflagrada no final de 2019 e tinha, inicialmente, o objetivo de investigar a existência de uma organização criminosa formada por magistrados e servidores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), além de advogados, empresários e intermediários.
Conforme o MPF, a atuação do grupo envolve atuação de comercialização de sentenças judiciais para favorecer grilagem de terras no oeste da Bahia. Nos meses seguintes, porém, outros esquemas foram descobertos e continuam sendo investigados.
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Operação Faroeste investiga esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) — Foto: Alan Oliveira/G1
A primeira fase da Operação Faroeste ocorreu em 19 de novembro de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados.
- No dia 20 de novembro de 2019, a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento contra os magistrados do TJ-BA.
- Três dias depois, a Polícia Federal prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª vara de Substituições da Comarca de Salvador, em um desdobramento da Operação Faroeste.
- Em 29 de novembro de 2019, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi presa. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Maria do Socorro estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. Indícios sobre isso foram reunidos pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF).
- Em março de 2020, ocorreu outra fase da operação. A desembargadora Sandra Inês foi presa na época.
- Em abril de 2020, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli Azevedo foi exonerada do cargo de Supervisora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec).
- No início de maio de 2020, a Corte Especial do STJ decidiu tornar réus quatro desembargadores e três juízes do TJ-BA alvos da Operação Faroeste.
- Em dezembro do mesmo ano, ex-cantora da banda Timbalada, Amanda Santiago, filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi um dos 35 alvos de mandados de busca e apreensão da nova etapa da Operação Faroeste.
- Em janeiro de 2021, a desembargadora Lígia Ramos, seus filhos Arthur e Rui Barata, e mais três advogados foram denunciados pelo MPF, por organização criminosa.
- Em junho de 2021, foi preso em Barreiras um homem suspeito de pedir propinas em nome do juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, investigado na operação.
- Ainda em junho, um agricultor que denunciou esquema de grilagem na Operação Faroeste foi assassinado em Barreiras.
- No dia 22 do mesmo mês, o STJ revogou prisão da desembargadora Lígia Ramos.
- Em 24 de junho, o STJ determinou a manutenção da prisão de desembargadora Ilona Reis, após pedido da PGR.
- No dia 30 de junho, o STJ revogou as prisões de Maria do Socorro Santiago e Ilona Márcia Reis, além de outros três acusados.
- No mesmo dia, o MPF divulgou que o juiz Sérgio Humberto mantinha 'arsenal de aparelhos eletrônicos' mesmo preso.
- Em cinco de julho, o MPF apresentou nova denúncia contra 16 pessoas pelo esquema.
- No dia 12 do mesmo mês, o MP denunciou o juiz Sérgio Humberto, advogados e empresário por corrupção e lavagem de dinheiro.
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