Operação Rota das Sombras: aplicativo do CV que transporta passageiros na Vila Kennedy é alvo da polícia

O momento em que um dos suspeitos presos entra numa viatura com a cabeça coberta por um pano

Policiais civis do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) fazem, nesta sexta-feira, uma operação que mira traficantes do Comando Vermelho (CV) que agem na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, e coagiram mais de 300 mototaxistas a se cadastrarem num aplicativo clandestino de transporte de passageiros. De acordo com as investigações, com o esquema os lucros mensais da facção criminosa poderiam chegar a R$ 1 milhão. Quatro pessoas foram presas.

A ação foi batizada de Rota das Sombras. Durante as investigações os policiais descobriram que o aplicativo desenvolvido pelo CV funcionava como uma plataforma de mobilidade urbana com aparência legal, mas era utilizada para financiar o tráfico de drogas. Chamado de Rotax Mobili, o app tinha até propaganda: "Único aplicativo que passa pela barricada e te deixa na porta de casa".

O aplicativo que, segundo a polícia, era usado por traficantes do CV na Vila Kennedy — Foto: Reprodução
O aplicativo que, segundo a polícia, era usado por traficantes do CV na Vila Kennedy — Foto: Reprodução

Os responsáveis pelo aplicativo eram divididos em dois núcleos. Um deles era responsável por coagir e controlar os profissionais do transporte alternativo, fazendo ameaças e extorsões. O segundo era encarregado de receber e gerenciar o dinheiro arrecadado, que era repassado ao chefe do tráfico local. As investigações apontaram que empresas de fachada eram usadas para mascarar as operações financeiras, dando assim aparência de legalidade ao aplicativo.

Os agentes que estão na rua visam a cumprir sete mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais de fachada e residências localizadas na Zona Oeste do Rio, no município de Niterói, na Região Metropolitana, e no interior do estado.

A ação é coordenada pela 34ª DP (Bangu), com apoio do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA). As diligências contam ainda com equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e dos Departamentos-Gerais de Polícia Especializada (DGPE), da Baixada (DGPB) e do Interior (DGPI). 

Extra o Globo

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