Apesar de destacar o respeito à escolha do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a oposição não engoliu o nome de Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará a fraude no Instituto Nacional de Seguridade Social. A gota d’água, destacam, é que o relator sequer assinou o pedido de criação do colegiado.
Ao Metrópoles, o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), reclamou escolha: “O mais grave é que ele nem assinou para que a CPMI fosse instalada. 222 deputados assinaram, ele não. Ou seja: se dependesse dele, a CPMI não existiria”. A reportagem procurou relator para questionar o motivo de não ter endossado a criação do colegiado, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.
O pedido de criação foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MS), que chegou a ser cotada como relatora. Ao todo 223 deputados e 36 senadores assinaram o requerimento.
Apesar de destacar que não foi consultado, Sóstenes afirmou respeitar a prerrogativa de Motta na escolha. “Lógico que não [houve acordo sobre a relatoria da CPMI]. O presidente não tem obrigação de acordar conosco. Entendo que o Hugo tem dificuldades pra fazer gestos para o PL e para oposição”, disse o líder do partido.
Instalação sai na próxima semana
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), garantiu na quarta-feira (13/8) que a CMPI dos desvios do INSS seria instalada “impreterivelmente” na próxima semana.
“Tive reunião com o presidente Hugo Motta ontem e ele me assegurou que ainda hoje os lideres da Câmara fariam as indicações sobre as lideranças partidárias para instalar a CPMI do INSS. A nossa expectativa era que ainda hoje pudéssemos instalar, no entanto, falei com o presidente Hugo agora há pouco e ele me pediu que nós pudéssemos fazer a instalação na próxima semana impreterivelmente”, disse Alcolumbre no plenário do Senado.
Fraude no INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Fonte:Metrópoles
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