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As altas temperaturas que têm castigado a cidade e devem permanecer pelos próximos dias, com termômetros marcando acima de 30 graus pelo menos até sexta-feira, fizeram aumentar a procura pelas unidades de saúde. Só a rede municipal registrou 3.384 atendimentos, entre a terça-feira passada e anteontem, a pessoas com sintomas relacionados ao calor, como tontura, fraqueza, taquicardia e desmaio. O volume é 30% maior do que o do ano passado, no mesmo período, quando foram contabilizados 2.611 casos.
A busca pela rede estadual também tem sido grande. Somente no fim de semana foram 300 casos, dos mais de 2 mil registrados nos últimos 15 dias, o que levou o governo a criar uma operação de hidratação, com distribuição de água potável em pontos de grande circulação, como praias e estações de trem, além das 27 UPAs estaduais, que dispõem de bebedouros internos e externos, para atender inclusive a população em situação de rua.
O grande movimento nas unidades do município não surpreendeu o secretário de Saúde Daniel Soranz. Ele explica que isso já é esperado quando a cidade atinge o nível de calor 3 (numa escala que vai até 5), o que ocorreu a partir das 15h50 da véspera do Natal. Segundo Soranz, com os termômetros perto dos 40°C, é normal haver em torno de 430 casos diários de atendimentos relativos ao calor.
— A gente fez um trabalho de 12 anos analisando os casos de internação e de atendimentos, correlacionado os dados com os de temperatura e clima e conseguiu perceber que quando tem uma temperatura sustentadamente alta há um aumento de pessoas procurando atendimento e sendo internadas —afirma o secretário, alertando que o risco de mortes também cresce nesse cenário, embora não haja nenhuma ocorrência do tipo confirmada.
Bronzeamento de risco
As internações, só na rede municipal, já somam 143. Duas delas, segundo o secretário, foram motivadas por queimaduras na pele causadas pelo uso de produtos de bronzeamento não certificados. Ele alerta para o risco do uso de algumas ceras de cabelo, que podem derreter com o calor intenso e escorrer, provocando queimaduras de córnea que levam à cegueira momentânea e até mesmo permanente. Idosos e crianças causam mais preocupação.
— São as duas situações mais críticas, porque o idoso tem mais dificuldade de sentir sede. No caso das crianças, muitas vezes não são elas que regulam as roupas que estão vestindo. Elas também têm um volume de líquido menor no corpo e desidratam com mais facilidade — diz Soranz, que também destaca os pacientes com doenças crônicas como hipertensão, diabetes e doença renal como os que também apresentam mais riscos de internação e de vir a óbito nos dias mais quentes.
A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, acrescenta que dois sintomas que devem ser motivo de preocupação são a apresentação de boca seca e urina escura:
— Nesses casos, é preciso levá-lo à unidade de saúde e hidratá-lo bastante para atender com rapidez e salvar essa vida.
Para a população em geral, ela recomenda evitar a exposição prolongada ao sol e recomenda o uso de roupas leves e de protetor solar (certificados pelo Inmetro), além da hidratação.
Água e gelo
Ontem, foram montados pontos de distribuição de água nas estações de trem da Central do Brasil, no Centro, em Madureira, na Zona Norte, e em Bangu e Campo Grande, na Zona Oeste. No Centro, as equipes munidas de bicicletas e carrinhos ficaram concentradas próximo da entrada da estação do metrô da Central, com previsão de distribuir cerca de 5 mil litros de água ao longo do dia.
A operação de combate ao calor foi deflagrada neste domingo com a distribuição gratuita de 15 mil litros de água potável nas praias de Copacabana, Leme e Ipanema, além da Arena da Baixada, em Duque de Caxias. Também foram distribuídos nos mesmos locais 3,4 toneladas de gelo. A mobilização integrada conta com participação das secretarias de Defesa Civil, Saúde e do Ambiente, além da Cedae.
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