Seca: sem chuva, São João é cancelado ou adiado em 47 cidades


De acordo com a União dos Municípios da Bahia (UPB), 47 cidades já alteraram ou cancelaram o calendário do São João 2012, dentre elas Senhor do Bonfim (a 376 km de Salvador) e Amargosa (a 248 km), que reduziram os dias de festa. A pior estiagem dos últimos 30 anos, que tem afetado a vida de cerca de dois milhões de baianos, espalhados por 246 municípios em situação de emergência, também estende os efeitos aos festejos juninos.

Segundo o secretário de administração de Senhor do Bonfim, Cláudio Nunes, os habituais cinco dias da festa na cidade caíram para três dias:  22, 23 e 24 de junho. O investimento municipal foi reduzido de R$ 1,5 milhão, montante gasto em 2011, para R$ 900 mil este ano.

A mesma expectativa é mantida pelo prefeito de Amargosa, Valmir Sampaio. A cidade diminuiu de dez para quatro os dias de festa. No ano passado foi investido R$ 1,5 milhão. Para 2012, está previsto um gasto de até R$ 1,3 milhão com a festa. Segundo o presidente da UPB, Luiz Caetano, prefeito de Camaçari (Grande Salvador), o município que reduziu o São João de quatro para três dias, outras cidades não afetadas pela seca também devem cortar os dias de festa.

Turismo - A Secretaria Estadual do Turismo (Setur), por conta da seca, reduziu em 20% o investimento nas festas dos municípios baianos. O montante para este ano será de R$ 8 milhões – o valor deve ser distribuído para festas de 106 cidades. A Setur buscou investir também nas festas de municípios como Salvador, Ilhéus e Porto Seguro.
A Setur também não tem estimativa de quanto o Estado perderá por conta da restrição de gastos com o São João.

Somente nas três cidades com as festas mais tradicionais – Amargosa, Cruz das Almas e Senhor do Bonfim – a expectativa de fluxo de dinheiro era de R$ 25 milhões no ano passado. Em 2011, a ocupação nos hotéis chegou a 100% em muitas cidades do interior, e, na capital baiana, levantamentos da rede hoteleira apontaram ocupação de 50% no mesmo período. Desde 2008 se registra aumento nos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do governo do Estado para os municípios. Em 2010, o repasse de ICMS chegou a R$ 301 milhões.

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